O primeiro estilo de música popular urbana genuinamente brasileiro será homenageado em uma noite de festa, comandada pelo Luar do Sertão. A comemoração ao Dia Nacional do Choro vai ser neste sábado (25), a partir das 20h, no Teatro Santa Roza. O evento é realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e contará com vários convidados, a exemplo do grupo Choro de Cabedelo, liderado pelo compositor Wilson Florentino. No repertório, as atrações prometem passear pelos principais sucessos do gênero. A entrada é franca.
Cavaquinho, violão, bandolim e pandeiro prometem reverenciar os mais de 130 anos do aparecimento do chorinho, que nasceu no Rio de Janeiro. Essa música popular e instrumental, de difícil execução, encontrou inúmeros adeptos nos quatro cantos do País, inclusive em João Pessoa.
O repertório instrumental da principal atração da noite inclui obras de compositores famosos como João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense (‘Luar do Sertão’); Pixinguinha (‘Naquele Tempo’, Cinco Companheiros’); Sivuca (‘Homenagem à Velha Guarda’); Jacob do Bandolim (‘Bole Bole’, ‘Noites Cariocas’, ‘Diabinho Maluco’); Ernesto Nazareth (‘Apanhei-te Cavaquinho’), entre outras composições. O público será presenteado também com a parceria de Pixinguinha e Vinícius de Morais, no choro ‘Lamentos’. Isso sem falar em ‘Brasileirinho’ (Valdir Azevedo), que é um dos clássicos mais famosos do gênero.
O Luar do Sertão vai apresentar ainda chorinhos cantados, como ‘Doce de Coco’ (Jacob do Bandolim); ‘Murmurando’ (Oitavando Romero e Mário Rossi); ‘Vou Vivendo’ (Pixinguinha); ‘Chorinho para um Rei’ (Tia Mariinha); ‘Ingênuo’ (Pixinguinha e Mário Rossi); ‘Choro Especial’ (Evaldo Gouveia e Jair Amorim); ‘Carinhoso’ (Pixinguinha e João de Barro); e ‘Cinema Mudo’ (Valdir Azevedo).
Integram o Luar do Sertão os músicos Juninho (cavaco), Penha Franco (vocalista), Jerônimo (violão de sete cordas), Mário (bandolim) e Lula (pandeiro). Também sobe ao palco, como convidado da noite, o grupo Choro de Cabedelo, liderado pelo músico e compositor Wilson Florentino, que apresentará músicas autorais como ‘Café com Leite’, ‘Conversando com o Bandolim’, ‘Corda Bamba’, ‘Lamentando Baixinho’, além de músicas de Dilermando Reis, a exemplo de ‘Choro Chorado’ e ‘Doutor Sabe Tudo’. .
A data – O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Pixinguinha (1897-1973), considerado uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, em especial do choro.
O choro é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil. Segundo pesquisadores, o gênero surgiu em meados de 1870, no Rio de Janeiro. Os conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos, compositores ou instrumentistas, são conhecidos como chorões.
O termo choro resultaria dos sons plangentes, graves das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas. Essas eram transmitidas pelos cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia. Quando apareceu, era apenas uma forma abrasileirada dos músicos da época tocarem os ritmos estrangeiros populares naquele tempo, a exemplo do xote, valsa, polca, além do africano lundu.
Os chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Ernesto Nazareth (1863-1934) e Pixinguinha. Entre as composições do maestro Heitor Villa-Lobos (1888-1959), o ciclo dos choros é considerado o mais significativo.
Secom/JP
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