Inezita Barroso está em festa. A madrinha da música caipira comemora os 30 anos do programa Viola, Minha Viola na Cultura, em especial de aniversário que vai ao ar no próximo dia 27, às 9h.
Apaixonada por seus velhos LPs, alguns deles raridades de 78 rotações, Inezita gosta de ouvi-los em antigas e preciosas vitrolas que conserva em casa. Para não ser muito antiquada, tem um corredor cheio de CDs. Mas uma coisa é certa: velhos ou novos, os discos precisam tocar um só tipo de música, aquele que ela diz “morar aqui dentro”, apontando para o coração. E isso não incluiu o novo sertanejo de nomes como Luan Santana, que ela classifica como “modismo passageiro”.
Nascida há 85 anos Ignez Magdalena Aranha de Lima, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, Inezita saiu do hospital para a gravação do Viola, Minha Viola 30 Anos, na última quarta (16), no auditório Ibirapuera, em São Paulo – ela contraiu uma forte gripe uma semana antes da festa.
Defensora ferrenha da música de raiz, Inezita recebeu em seu palco estrelas como Daniel, Almir Sater e as Irmãs Galvão, entre outros. A plateia, formada em sua maioria por animados representantes da terceira idade, aplaudiu até não poder mais.
R7 – O auditório de seu programa é muito animado e demonstra te amar muito. Como é essa relação?
Inezita Barroso – Tem gente que é fã desde o primeiro. O seu Santo [Portella, de 81 anos], que estava na primeira fila, tem cadeira cativa em meu auditório desde o primeiro programa e está aí até hoje. Quando o Viola viajava nas cidades próximas, eles iam também. O auditório conhece a equipe técnica e todos se dão muito bem. No meu programa não tem gente mandando aplaudir ou fazer silêncio. Fica todo mundo à vontade e bem comportado.
R7 – Você só deixa os artistas tocarem ao vivo?
Inezita – Sim. Dublagem ou playback é uma porcaria. Fica um negócio tão falso. Tão idiota. Não quer cantar ao vivo não canta.
R7 – É verdade que você não gosta de computador nem de internet?
Inezita – Sim. Perdi 84 apostilas de turismo que eu estava revisando [Inezita lecionou em faculdades de turismo por 23 anos]. Fiquei desesperada e tive que reescrever tudo de novo, porque tinha jogado os originais fora. Não quis saber mais de computador.
R7 – Você acha que no futuro alguém vai continuar seu trabalho de preservar a música caipira?
Inezita – Talvez… [pensativa] Tenho assistido a uma coisa muito triste e a uma certa decadência em alguns aspectos. Os brasileiros estão copiando muita coisa de fora. Temos que mostrar aos estrangeiros que valorizamos o que nós temos aqui. A MPB teve grandes picos e elevações no passado, como Chico Buarque, Milton Nascimento e Caetano Veloso… Cadê essa gente? [silêncio] Essa coisa de [cantarolando em ritmo funk] “eu fui no baile, eu fui no baile…” criança faz. Eu não suporto e, mesmo assim, a gente é obrigada a ouvir. O que você vai fazer?
R7 – O sertanejo vem mudando ao longo do tempo. Hoje em dia tem um novo sertanejo, com nomes como Luan Santana, Fernando & Sorocaba… O que você acha disso?
Inezita – Isso aí é outro departamento. É uma música de moda. Não sei quanto vai durar, se durar 30 anos eu ajoelho no chão e rezo.
R7 – É verdade que você estava doente até poucos dias atrás?
Inezita – Anteontem eu estava morta. Estava lá no hospital. Saí do hospital ontem. É a raça. Tenho que ir. Meu público está me esperando. Tenho enorme respeito pelo meu público. Se eles se vestiram e vieram me ver, eu tenho que vir rastejando. Acabei de fazer uma inalação no camarim e vim cantar.
R7
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