A Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) espera reunir até 5 mil manifestantes na VII Caminhada Lésbica e Bissexual de São Paulo, número igual ou ligeiramente superior ao registrado no ano passado.
O evento ocorre desde 2003 sempre às vésperas da Parada Gay e de acordo com a socióloga Lurdinha Rodrigues, uma das organizadoras da caminhada, serve para que elas ganhem mais visibilidade dentro do movimento pelos direitos das minorias e na sociedade.
“Não pretendemos substituir a Parada Gay. Tanto a caminhada lésbica quanto a Parada Gay têm em comum a luta por uma sociedade mais inclusiva. O que há de acréscimo foi a criação de um espaço de visibilidade lésbica, uma reivindicação a mais que nós temos”, disse Lurdinha.
A analista econômico-financeira Márcia Baladis acrescenta que, para além da busca pela igualdade, a caminhada é divertida. “É tudo tão alegre quanto a parada gay e vamos ter shows bem legais para todos os gostos’, disse ela.
A concentração está marcada para as 13h deste sábado (13) na Praça Oswaldo Cruz, no começo da Avenida Paulista. De lá as manifestantes partem em direção ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e ao Bulevar Nove de Julho.
Neste ano, as lésbicas adotaram como tema a defesa de todas as mulheres – homossexuais ou não – contra a violência doméstica: “Não se cale! Ser lésbica é um direito! Não à violência contra a mulher”.
Lurdinha afirma que valeu a pena entrar na militância para distinguir as lésbicas dentro da luta pelas minorias sexuais.
“Tivemos algumas conquistas. A mais significativa foi a visibilidade das lésbicas na sociedade e no movimento LGBT. As lésbicas ganharam bastante destaque. Temos um eixo no plano nacional de políticas para mulheres. Conquistamos direito à existência nas políticas públicas”, afirmou ela.
Daniela Regina, de 30 anos, vai levar a mãe que, após o choque inicial, sempre esteve ao seu lado na luta pelos direitos dos homossexuais. “Lembro que a primeira caminhada que a gente fez tinha muito poucas mulheres. As pessoas se escondiam dos carros de reportagem. Queremos mostrar que há um objetivo, que não é vergonha para ninguém. Hoje em dia, pode-se dizer ‘sou lésbica’ sem medo de ser perseguida por ninguém.”
A gaúcha Naiara Malavolta viajou a São Paulo com sua companheira, Mary, para participar da caminhada. “Em Porto Alegre temos dificuldade para colocar 150 pessoas em uma caminhada e as meninas aqui estão mais organizadas”, afirmou. Para ela, no entanto, os desafios são igualmente grandes nas duas capitais. “Temos problemas com a lesbofobia tanto aqui quanto lá. O preconceito é muito forte”, afirmou.
G1