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Morre Nenê, da banda Os Incríveis

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Morreu em São Paulo, aos 65 anos, o músico e produtor Lívio Benvenutti Jr., o Nenê, baixista do grupo Os Incríveis, um grande sucesso da Jovem Guarda nos anos 1960.

Nenê foi diagnosticado com câncer de pulmão em outubro do ano passado. Estava internado no Hospital Sancta Maggiore, foi velado no Hospital Beneficência Portuguesa e o corpo seria enterrado às 15h, do dia 30.

Os Incríveis foi formado em 1962, mesmo ano dos Beatles, com o nome The Clevers. Tinha Mingo, Risonho, Manito, Netinho e Neno no baixo (Nenê, que já tocava desde os 12 anos, entrou no lugar de Neno em 1966). Morreram Mingo, Manito e Nenê.

Netinho teve um câncer nas cordas vocais em 1995, mas se recuperou. A banda fez um sucesso absurdo no final dos anos 1960 e no começo dos anos 1970 com versões, como a de Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones (sucesso do italiano Gianni Morandi).

Nenê tocou também com Raul Seixas, Elis Regina e Roberto Carlos. Com Renato e Seus Blue Caps, o grupo Os Incríveis foi pioneiro da primeira geração do rock nacional no quesito entretenimento, assim como os Mutantes no âmbito da invenção.

Foi o primeiro grupo brasileiro a ter um programa de TV próprio, o primeiro a ter um filme de longa-metragem, o primeiro a fazer turnê internacional, o primeiro a lançar um disco exclusivo para o mercado latino-americano, Los Increíbles (CBS da Argentina).
 

Eles também foram responsáveis por gravar um hino nacionalista, Eu Te Amo, Meu Brasil, de Dom e Ravel, que foi adotado pela ditadura militar e os fez muito criticados pelas esquerdas.

“Na imprensa escrita saiu matéria criticando a gente, enquanto no rádio foi primeiro lugar no Brasil inteiro. O pessoal da imprensa interpretou como se a gente estivesse puxando o saco dos milicos”, contou Nenê.

Segundo ele, a banda achava que a música era uma bonita homenagem ao Brasil, mas seu tom ufanista foi aproveitado pela ditadura. O grupo ficou entre dois fogos.

“E daí nós soubemos mais tarde, muito mais tarde, que os nossos nomes estavam lá no SNI, porque eles estavam querendo fazer com a gente o que a rainha havia feito com os Beatles. Porque, na subida do Médici ao Palácio, rolava metade do Hino Nacional e depois a banda engrenava em Eu Te Amo, Meu Brasil. Eles se aproveitaram pra cacete disso.”

O grupo se separou em 1972, para depois reunir-se novamente em 1982 e continuar tocando até os dias de hoje. “Eu tô profundamente chateado. É um pouco da nossa história que morre”, disse o cantor Jerry Adriani. “Perdi um amigo, um cara ótimo, engraçado, fantástico contrabaixista. Fisicamente, é como se morresse um pouco da gente.”

O companheiro de banda de Nenê, Netinho, fez uma declaração ao jornalista do Estado Jotabê Medeiros.
 

Estadão

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