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‘NÃO É A DROGA, SOU EU’: Ex-diretor da UNE lança livro de crônicas em João Pessoa

Presidente do DCE da UFPB e diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes) na década de 1990, o escritor Eziel Inocêncio lança – nesta terça-feira, dia 4, às 19h – um livro de crônicas autobiográficas. ‘Não é a droga, sou eu’ é a obra que será lançada no Casarão 34, no Centro de João Pessoa. O livro reúne textos que remetem a uma década de luta contra o vício em álcool e cocaína. “Esse livro resulta também da minha busca por autoconhecimento”, diz Eziel.

A noite de autógrafos contará com uma apresentação a respeito do livro pelo seu autor. O jornalista Jãmarrí Nogueira será o mestre de cerimônias da noite, que ainda terá um show da cantora, compositora e guitarrista Ruanna Gonçalves, integrante das bandas Gatunas. Ruanna, além de cantar, tocará seu cavaquinho, acompanhada pelo violonista Uirá Garcia. Ela está lançando seu primeiro EP solo, com o single ‘Marinheiro’.

Aos 49 anos de idade (nascido no Rio de Janeiro, mas residindo em João Pessoa desde 1979), Eziel perdeu as contas das vezes que foi internado no Instituto Recife de Atenção Integral às Dependências (RAID), em Pernambuco. A ideia de escrever o livro nasceu durante uma das internações. “Passei a escrever para me conhecer melhor e descobri que sofria de baixa autoestima, sentimento de inferioridade, medo de rejeição e abandono. Comecei postando os textos nas redes sociais. Até que me foi sugerido publicar um livro”, disse Eziel.

O livro está saindo pelo Selo Anima, com produção e edição de Léo Asfora (responsável – inclusive – pela epígrafe e pela orelha da obra). ‘Não é a droga, sou eu’ tem quase 200 páginas de extrema honestidade do autor, que se despe frente ao leitor ao revelar percepções e fatos íntimos de sua luta, abordando histórias de sua infância, adolescência e fase adulta e revelando experiências pessoais.

A respeito do livro de Eziel, o escritor, poeta e editor Léo Asfora comenta na orelha da obra que as crônicas curtas, leves (porém profundas) são em torno de uma jornada de autoconhecimento analisando sentimentos e traumas de infância que o levaram a estabelecer uma relação de dependência não só com drogas lícitas e ilícitas mas também “com pessoas e situações que proporcionam prestígio e poder, numa busca incessante por aceitação, aprovação e reconhecimento”.

Professor do Departamento de História da UFPB e escritor, Flávio Vieira comenta no prefácio da obra não é de autoajuda nem manual com um passo a passo para quem deseja se livrar do vício das drogas. “Eziel Inocencio é um escritor e sua escrita flui, calma, regular, elegante e corajosa, talvez para compensar as torrentes de angústias que tomam conta de sua alma, em um estilo próprio e intimista com o qual ele expõe — e se expõe — sua trajetória”.

Eziel – como disse Flávio Vieira – não tem a pretensão de publicar um manual de combate ao vício. Seu foco está no autoconhecimento. Em trecho do livro, ele destaca que a droga nunca foi seu maior problema e sim ele mesmo. “Se conseguir mostrar que somos movidos por sentimentos e desejos profundos e ocultos, os quais muitas vezes temos dificuldade de admitir, que relações de dependência num nível não patológico todos nós temos, já estarei satisfeito”, afirma o autor no texto da contracapa.

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