Orquestra Sinfônica da Paraíba abre temporada 2023 com obras de Villa-Lobos, Beethoven e Grieg

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O concerto de abertura da temporada 2023 da Orquestra Sinfônica da Paraíba é uma excelente opção cultural gratuita para esta Semana Santa, em João Pessoa. A Fuga da Bachiana Brasileira nº 7, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, vai abrir esta primeira apresentação do ano, que contará ainda com a execução da 1ª Sinfonia de Beethoven e a Holberg Suite, de Eduardo Grieg.

O concerto será, nesta quinta-feira (6), às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, com regência do maestro Gustavo de Paco de Gea. “O processo de escolha do repertório para a temporada é como uma coluna vertebral, com as nove sinfonias de Beethoven”, disse o maestro.

“Essa colocação das nove sinfonias responde à intenção de que esse trabalho é como se fosse um trabalho didático para o crescimento de uma orquestra sinfônica para, em sucessivas temporadas, poder encarar peças mais sofisticadas. Então, esse é um trabalho de escola. Isso de fato já está acontecendo agora com a preparação da primeira sinfonia”, explicou.

O concerto abre com o último movimento, chamado de Fuga (conversa) da “Bachiana Brasileira nº 7”, de Villa-Lobos. Fechando a primeira parte, vai ter uma obra só de cordas, “Aos Tempos de Holberg”, do autor norueguês Eduardo Grieg. E depois do intervalo, os músicos da OSPB vão tocar a primeira das sinfonias de Beethoven, iniciando o ciclo.

“A primeira música desse concerto, é como o título diz, uma fuga, uma conversa familiar, onde vão entrando as vozes, com determinados naipes dos instrumentos, até terminar com todas as famílias tocando. A música começa com um dos naipes falando sozinho, que é o naipe dos violoncelos, e aí vai se agregando. É uma obra genial”, afirmou Gustavo de Paco.

O maestro explicou que a segunda música, “Aos Tempos de Holberg”, é uma obra de cinco movimentos, do autor norueguês Eduardo Grieg, e tem a ver com uma releitura que o compositor faz de tempos mais antigos do que ele vivia ou escrevia música. “Esse tempo é na época de Holberg, que seria um pintor norueguês famoso. Então, ele faz uma suíte com músicas antigas do tempo desse pintor. Essa suíte é bastante conhecida para o repertório de cordas”.

Para encerrar o concerto, a orquestra vai tocar a “1ª Sinfonia, opus 21”, de Beethoven. “Opus 21 quer dizer que é a 21ª obra composta pelo grande compositor alemão, que era muito jovem ainda quando escreveu. De todas as sinfonias, é a mais leve e mais curta, sem tanto dramatismo, como vão sendo manifestadas as outras sinfonias, principalmente depois da terceira, quando o estilo do compositor começa a ficar mais firme, até chegar na nona, que é uma obra completamente revolucionária”.

“Então, nós temos uma obra brasileira, do nosso primeiro autor, Villa-Lobos, uma obra do compositor norueguês e temos uma obra do famoso compositor alemão. São estilos diferentes e todas são grandes obras”, finalizou o maestro.

O regente – Natural de Buenos Aires, Argentina, Gustavo de Paco de Gea graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Após trabalhar alguns anos como docente e flautista nas orquestras argentinas, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor do Curso Superior e de Extensão de Flauta, onde ensina até hoje.

Trabalhando na UFPB desde 1978, foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros, apresentando-se em todo o país e no exterior com esse grupo camerístico. É também membro fundador e primeiro flautista da Orquestra Sinfônica da Paraíba desde 1980.

Desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE), desenvolvendo intenso trabalho na área da música sinfônica também em outras orquestras do país. Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil.

Foi professor de flauta convidado no Centro de Criatividade Musical de Recife, em 1996 e 1997, e assumiu nesse ano a preparação dos sopros na Orquestra Infantil do Estado da Paraíba. É regente de orquestra desde 2001, ano em que criou a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, envolvendo jovens talentosos da região. Nesse organismo, foi diretor artístico e regente titular até 2010.

Em 2012, foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, no Recife, e, no ano seguinte, foi designado para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado. Em 2014, aceitou o convite da Prefeitura de João Pessoa para ser maestro assistente da nova Orquestra Sinfônica Municipal, onde permaneceu até 2018.

PB Agora

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