A música latino-americana e brasileira darão o tom na quinta apresentação oficial da temporada 2014 da Orquestra Sinfônica da Paraíba. A apresentação acontece, nesta quinta-feira (13), sob a regência do maestro Arthur Barbosa, que conduzirá suas próprias composições. O solista convidado é Flávio Gabriel, premiado trompetista brasileiro. O concerto gratuito começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, localizada no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.
A abertura será com o “Concerto Latino-americano”, para trompete e orquestra. A composição traduz, como muitas obras de Arthur Barbosa, a busca do compositor por uma sonoridade sinfônica que representa de forma clara e característica a cultura da América Latina. Em dois dos três movimentos, o autor usa como acompanhamento, além da percussão tradicional, uma bateria, com o intuito de romper supostas barreiras entre a música dita “erudito-acadêmica” e a música popular. A obra está dedicada pelo autor a Flávio Gabriel, exímio e premiado trompetista brasileiro da atualidade.
O primeiro movimento começa com uma Promenade, em que o trompete solista se mostra com toda sua potência sonora e sua capacidade timbrística de se sobrepor ao som da massa orquestral. Em seguida, o tímpano anuncia o que vai, aos poucos, se transformar num jequibau, ritmo criado no Brasil, pouco explorado, e que se caracteriza por ser um “samba” escrito num compasso 5/4. Esse ritmo foi criado na época em que a Bossa Nova era o ritmo da vez, e muitos “tipos” de bossa foram experimentados e usados por compositores da época. Apesar de calcado nesse ritmo brasileiro, o movimento passeia por ideias complementares que sugerem outros ritmos latino-americanos.
No segundo movimento, há um momento íntimo do Trompete solista (ou Flugelhorn, sugerido pelo compositor) e a sessão de cordas da orquestra. É uma milonga lenta característica da parte sul do continente sul-americano. Ele sugere toda a topografia da região dos pampas, plana, porém com algumas ondulações denominadas coxilhas nitidamente descritas pelo acompanhamento das cordas, com pequenos crescendos e decrescendos sugerindo essas ondulações. Por cima disso, a melodia temática do trompete aparece para sugerir a perenidade da paisagem pampeana. Pequenas cadencias são ouvidas durante todo o movimento em clima intimista.
Uma transição em ostinato leva ao tema do terceiro movimento. Nele, o autor se inspirou em uma festa no México, país onde o trompete é muito valorizado na música popular. Mas apesar de muitas vezes a música lembrar o som dos “mariachis”, o autor trata regularmente de fugir do óbvio, optando por mesclar com alguns “batuques” e outros ritmos que nos evocam à América Central. O movimento é alegre, extremamente difícil para o solista e transita entre grandiosos tuttis orquestrais e solos sistemáticos e obstinadamente rítmicos.
País de ritmos – O concerto é, portanto, uma atitude de Arthur Barbosa de trazer ao público da música de concerto sensações e climas que sugerem que existe apenas um tipo de música e que as barreiras muitas vezes criadas pelo homem não representam o verdadeiro espírito da “Arte das Musas”, o de ser universal e para todos.
A Sinfonia Brasileira de Arthur Barbosa retrata de forma resumida todo um passeio por um país de ritmos e cores que, certamente, possui uma das músicas mais diversas do planeta. No primeiro movimento, ouve-se a o ritmo e a harmonia da Bossa Nova que rapidamente transformam-se num Chorinho, ritmos que são irmãos do Samba que é retratado posteriormente; ouve-se também, de forma divertida, o toque do Maxixe, que é avô de todos os ritmos citados acima. Todo o movimento é uma espécie de brincadeira com melodias e ritmos que se misturam constantemente.
O segundo movimento faz a vez do Scherzo de uma sinfonia tradicional, juntando o Maracatu, ritmo de origem africana característico do litoral da região Nordeste, mesclado a um tema que lembra a música Caipira e, até mesmo, temas de origem Indígena. Logo em seguida, apresenta-se um Frevo em forma de fuga em um grande crescendo de timbres. Uma breve coda finaliza o movimento com o tema inicial das trompas.
No terceiro movimento, em andamento lento, viajamos ao sul do Brasil onde um tema em forma de Milonga (ritmo parente próximo do tango argentino) é o motivo principal que é apresentado de maneira suave e às vezes dramática. Em outros momentos ouve-se uma Rancheira, que é um ritmo mais dançante também muito característico da cultura regional dos pampas.
O quarto movimento é um Finale onde o tema principal é um Baião, ritmo peculiar do Nordeste, assim como outros ritmos oriundos da mesma região como as Cavalhadas; ouve-se neste movimento as bandas de pífanos (pequenas flautas rústicas de madeira, típicos instrumentos de sopro indígenas) e também o som das rabecas (violinos feitos e tocados de forma rústica). A zabumba, que é um tambor característico do baião, é aqui representada pelo bumbo com intervenções peculiares ao instrumento. O final é grandioso e, de forma simbólica, representa a própria força da música deste país-continente.
Funesc-PB
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