Com 15 livros lançados, “alma” de nordestino e uma vasta obra sobre a cultura regional, o escritor Efigênio Moura, de Monteiro, no Cariri, é o único paraibano que está concorrendo à vaga na Academia Brasileira de Letras. A vaga aberta é da cadeira número 27, deixada pelo poeta Antônio Cícero Correia de Lima, que morreu em 23 de outubro, na Suíça. O espaço também já foi ocupado por Joaquim Nabuco, Dantas Barreto e Eduardo Portela.
A eleição para ocupar a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras deve ocorrer em 11 de dezembro, numa edição especial, de acordo com a ABL.
José Efigênio Eloi Moura é um escritor e radialista caracterizado por escrita marcada pela autenticidade, caracterizada por uma linguagem que remete diretamente à oralidade do homem do interior, com precisão e naturalidade o sotaque e o modo de falar da região.
A maior fonte de inspiração para Efigênio é o ambiente onde cresceu e viveu. Sua obra reflete as paisagens, as tradições e a simplicidade do interior, retratando a essência da cultura nordestina. Esse estilo é destaque em seu livro “Ciço de Luzia”, que foi escolhido em 2013 para compor a lista de leituras obrigatórias do vestibular da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A obra chegou a ser traduzida para o inglês.
Em 2015, Efigênio Moura foi eleito membro da Academia de Letras de Campina Grande, ocupando a cadeira 18, cujo patrono é o escritor Salatiel Pimentel.
Com uma obra marcada pelo compromisso de dar voz ao interior nordestino, Efigênio Moura revisita em títulos como Eita Gota! e Ciço de Luzia as nuances da vida sertaneja e os costumes que definem o Cariri paraibano.
Efigênio Moura é conhecido por obras marcantes como “Eita Gota!” e “Ciço de Luzia”,Santana de Congo”,” Caderneta de Fiado”, “Apurado de Contos” além de “Sertão de Bodocongó” e “Carolino”, que exploram as realidades da vida sertaneja e os costumes do Cariri paraibano. Ele tem um compromisso forte em dar voz ao interior nordestino, colocando em evidência questões sociais, culturais e linguísticas que moldam a identidade da região.
Sua trilogia Pedro Jeremias, ambientada no universo do cangaço, é um exemplo claro de como o autor busca preservar as expressões e o imaginário populares em cada página.
Na carta enviada à ABL, Efigênio reforça seu compromisso com a valorização do “falar nordestino”, enxergando-o como um patrimônio cultural que merece ser representado na literatura nacional. Suas obras, presentes em vestibulares e currículos escolares, mostram o compromisso de compartilhar as histórias, o linguajar e o espírito resiliente do Nordeste.
Caso eleito, Moura promete fortalecer o espaço das vozes nordestinas na Academia, assegurando que o falar autêntico do povo continue ecoando nas letras brasileiras.
Severino Lopes
PB Agora