Com a proximidade da Semana Santa, os consumidores paraibanos já se articulam para procurar nos mercados públicos os melhores preços para os pescados, tendo em vista a tradição do consumo de peixe na Sexta-feira Santa.
Entenda o que está por traz dessa tradição – É de conhecimento geral que a religião é um grande determinante das formas de alimentação para o Brasil e o mundo. O catolicismo celebra, em abril, um de seus grandes eventos: a Páscoa. E para entender um pouco mais sobre o processo das tradições alimentares presentes nesse período é preciso aprofundar a visão para além da escolha do alimento.
De forma geral, o período de 40 dias que antecede a páscoa é denominado Quaresma. Nesse período, os fiéis jejuam e realizam obras de caridade, uma vez que a ressurreição de Jesus é motivo de renovação. Porém, com o passar dos anos em função da urbanização e novos modelos de vida o período de jejum passou a ser menor e diferente em cada família praticante. Ademais, o processo de uma semana completa sem carnes vermelhas nem sempre acontece, mesmo assim a Sexta-feira Santa ainda possui grande força entre os brasileiros praticantes.
Não é difícil deparar-se com aumentos absurdos de carne de peixe durante essa época, sendo o mais consumido pelos compradores o bacalhau. Especula-se que seja uma tradição herdada dos portugueses por ser um peixe típico de Portugal e, devido à salga, ser conservado durante longos períodos de tempo. De toda forma, a escolha de comprar peixe para a Semana Santa ou apenas jejuar traz em sua origem a aproximação do divino, uma vez que a fé é um grande influente nas escolhas alimentares do ser humano, seja ele católico, evangélico, protestante, umbanda, axé ou muçulmano.
Acredita-se que o consumo de peixe prevaleça por ser uma carne leve para quebrar o jejum, assim como por ser um alimento muito presente na região do Mediterrâneo nas histórias de Cristo. A escolha e o preparo do alimento muitas vezes, mesmo que não seja de todo ligado ao pertencer religioso nessa época, pode partir de um princípio de criação com traços religiosos, onde havia convivência familiar e costume de servir tal alimento. Momentos como esse podem desenvolver de forma boa ou ruim a preferência alimentar de uma pessoa, ligando aqueles momentos ao comer determinado prato.
De acordo com levantamento recente do PROCON, os preços do pescado podem variar até 200% entre os estabelecimentos. A tilápia, por exemplo, foi encontrada entre R$ 32 e R$ 60 o quilo, com uma variação de 80%. Comerciantes também reforçam que o produto vendido nos mercados locais vem dos mesmos fornecedores de outros pontos da região metropolitana, como Penha e Cabedelo. Em Campina a procura maior é na Feira Central, Feira da Prata, Feira da Liberdade e das Malvinas.
Redação