A proposta do fim da escala 6×1 não tem nada de comunismo, mas tem tudo de populismo. A deputada Erika Hilton, do partido nanico PSOL, está pautando o debate público com uma proposta populista de reduzir a jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais, em 4 dias por semana.
Seria muito bom que os trabalhadores pudessem ter mais tempo livre para aproveitar a vida. Mas, sem discutir o peso do Estado sobre os empresários, principalmente, os pequenos empresários que vivem no sufoco para arcar com exorbitantes custos trabalhistas, a proposta é populismo barato que poderia levar a uma quebradeira geral da economia.
Não existe almoço grátis! Se um empresário tivesse de pagar outro funcionário para compensar a folga de três dias semanais de seu empregado, arcando com os mesmos custos trabalhistas, ele iria à falência. O Estado é rápido em querer fazer bondade com o dinheiro dos outros, enquanto não abre mão de sua carga tributária altíssima.
Isso significa que o Brasil não possa discutir e fazer uma transição para possibilitar a escala 4×3? De forma alguma! É desejável que o trabalhador tenha mais tempo com sua família e para o lazer. Mas uma mudança dessa precisa ser gradual e, antes de tudo, precisa reduzir o custo e peso do Estado.
O trabalhador brasileiro quer mais tempo e liberdade, mas um Estado pesado e ineficiente não permite esse tipo de discussão sem ameaçar o funcionamento da economia. O Estado beneficia algumas classes de servidores, que já gozam de mais de 30 dias de férias e trabalham menos de 05 dias da semana.
Uma proposta decente seria: tratar todos igualmente, retirar privilégios de alguns grupos, e diminuir o peso do Estado permitindo que – com custos menores para os empresários – o trabalhador pudesse ter mais dias de folga. Esse tipo de proposta certamente não virá de um partido que se autoproclama socialista.