A Paraíba o tempo todo  |

Alvaro Dias critica volta da inflação e defende demissão de Mantega

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou nesta sexta-feira a volta da inflação e atribuiu o fato à irresponsabilidade de gestão por parte do governo federal. Em discurso da tribuna do plenário, o líder tucano afirmou que basta ir ao supermercado ou a um posto de combustível para constatar que os preços estão subindo.

Para o senador, a alta inflacionária que ameaça o país é consequência da irresponsabilidade de gestão, especialmente durante as eleições do ano passado.

Inflação para baixa renda vai para 0,80% em março, aponta FGV
Alta da inflação já reduz poder de compra no país
BC diz que vai trazer inflação para 4,5% somente em 2012

"É lamentável que um patrimônio construído com o esforço, a dedicação e a participação popular, o patrimônio da estabilidade monetária, da sustentabilidade financeira, da responsabilidade fiscal e da competitividade da economia esteja sendo ameaçado agora por medidas adotadas que são insuficientes e que não atendem às necessidades desse momento", afirmou Dias referindo-se ao Plano Real como a "bomba atômica" que destruiu a inflação.

"Esperamos não que o ministro [da Fazenda, Guido Mantega] caia, ou seja demitido, mas que eles encontrem os caminhos para conter esse processo inflacionário e [para] impedir que um patrimônio que foi conquista de cerca de 18 anos –a estabilidade econômica–, não seja destruído nesse momento."

INFLAÇÃO EM ALTA

A alta constante dos índices de inflação tem fomentado duras críticas ao governo, da oposição até aliados e pessoas do governo.

O ex-ministro Maílson da Nobrega insinuou que as medidas da Fazenda estão sendo feita "de maneira apressada e aparentemente sem examinar suas consequências". Ele afirmou ainda que o governo viu o resultado do IPCA ser ruim de manhã "e à tarde anunciou um aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no crédito".

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, criticou Mantega na semana passada em um evento para empresários.

No dia 9, Coutinho condenou publicamente o fato de o governo priorizar o controle da inflação, abandonando o "compromisso" de segurar o câmbio a R$ 1,65. Ele chegou a ser repreendido por interlocutores da presidente Dilma Rousseff que teria desaprovado as críticas. Para interlocutores de Dilma, o envolvimento de outros integrantes do primeiro escalão foi infeliz, pois mostra uma divisão interna sobre como conduzir dois dos principais pilares da política econômica.

Na terça-feira (12), Coutinho insistiu nas críticas às medidas em entrevista à Reuters, em viagem com a comitiva presidencial à China.

O IPCA (indicador que mede a inflação oficial) se aproxima do teto da meta fixada pelo Banco Central para 2011, de 6,5%, enquanto o dólar segue numa trajetória cadente frente ao real. O centro da meta é de 4,5%.

Ontem (14), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu um acerto da estratégia do governo para mitigar a valorização do real, mas admitiu que combinar isso com o combate a inflação é difícil.

Mantega negou que esteja tomando medidas em "conta-gotas" e falou que um exagero poderia ser danoso. "Você não explode uma bomba nuclear porque se não os efeitos colaterais são piores que a medida em si", disse à Reuters. "Temos tomado medidas severas", defendeu.
 

Agência Estado

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe