Na Paraíba, seis trabalhadores são vítimas de acidente de trabalho por dia é o que aponta dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, ferramenta do Ministério Público do Trabalho (MPT). No ano passado foram registrados 2,3 mil casos com 14 óbitos – menor registro dos últimos 10 anos. Mas o número não representa a realidade, uma vez que estima-se que as subnotificações devam girar em torno dos 39%, representando, pelo menos, mais 897 acidentes em trabalhadores que não possuem carteira de trabalho assinada. João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita lideram o ranking com 953, 497 e 186 registros respectivamente.
Os gastos previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho chegaram a R$ 130 milhões na Paraíba, em 2020, valor que poderia ser investido em saúde preventiva.
Segundo o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, o dinheiro gasto na Paraíba, em apenas um ano, com auxílio-doença por acidente de trabalho (R$ 12 milhões), aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (R$ 55 milhões), pensão por morte por acidente de trabalho (R$ 28,3 milhões) e auxílio-acidente por acidente de trabalho (R$ 35,3 milhões), totaliza R$ 130 milhões, um montante alto. “Esses valores poderiam ser investidos em ações de saúde preventiva e na melhoria do Sistema Único de Saúde – o SUS, o maior plano de saúde que existe e que pode atender a todos e todas”, pontuou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, durante sua palestra na abertura da Conferência de Saúde.
Da Redação