A atividade da indústria caiu em maio deste ano e o uso do parque industrial brasileiro atingiu 80,7% no mês passado, o menor resultado desde setembro de 2009. A utilização da capacidade industrial (UCI) vem caindo desde novembro do ano passado, o que mostra que a indústria está ociosa. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nos primeiros cinco meses do ano, a queda da UCI já acumula 1,4 ponto percentual. Os dados são dessazonalizados, ou seja, excluem a influência de fatores temporais.
A quantidade de horas trabalhadas na produção industrial também caiu, segundo informações dessazonalizadas, 1,4% em maio na comparação com abril. A massa salarial dos trabalhadores do setor caiu pela primeira vez em maio em relação ao mês anterior desde 2006. O recuo foi de 0,8% (este indicador não tem ajuste sazonal). O rendimento médio do trabalhador caiu 1,3% no mês passado na comparação com abril (essa queda não é usual, segundo a CNI).
O faturamento do setor caiu 0,4% em maio na comparação com abril, mas ainda cumula alta de 2,3% no ano. Aliado à queda nos demais indicadores industriais, o faturamento menor pode indicar que o setor está baixando os estoques, mas que eles ainda estão em nível elevado.
Atividade cai em 11 setores
A ociosidade aumentou em 11 os 19 setores da economia pesquisados pela CNI. Os que mais registraram queda na atividade foram metalurgia básica (-5,6%), couro e calçados, (-4,6%) e veículos (-4,5%). A produção de automóveis em maio ainda não tem impacto da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor, o que só deve acontecer em junho, segundo o executivo da CNI, Flávio Castelo Branco.
"O IPI passou a vigorar fim de maio, as vendas de maio não estão impactadas. No varejo já aumentou significativamente as vendas do setor automobilístico e as vendas das montadoras em junho aumentaram, mas a produção não, o que significa que as concessionárias estão desovando os estoques", afirmou.
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