Enquanto todo mundo ainda tenta processar o choque inicial causado pelo aumento no preço do arroz, com fotos tomando as redes sociais de gôndolas pelo Brasil com pacotes de 5 kg de arroz branco sendo vendidos por mais de R$ 40, muita gente foi atrás de alternativas aos valores abusivos praticados em mercados pelo Brasil. Uma das saídas encontradas na Paraíba foi trocar o arroz que costumam comprar pela produção orgânica do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A procura pelo arroz produzido pelo movimento cresceu 30% na semana passada.
Na Paraíba, segundo Gilmar Felipe Vicente, um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba (MST-PB), os assentados produzem uma grande variedade de alimentos entre grãos, raízes, hortaliças e derivados do leite, mas não produzem o arroz orgânico, muito por conta do clima e do solo no Estado.
O arroz vermelho é produzido, mas em menor escala. Mesmo sem a produção dentro do estado, os paraibanos poderão desfrutar do produto a preço popular nos próximos dias. “Estamos enviando o pedido do arroz que deve chegar dentro de 15 dias. E vamos manter o preço do arroz porque, na verdade, o que subiu foi o arroz como mercadoria e não como alimento”, comentou Gilmar Felipe
A alta no valor do arroz convencional tem relação direta com o aumento da demanda nacional e internacional. Enquanto a pandemia estimulou a compra do alimento no país, a alta no dólar e a desvalorização do real fez com que os olhares de outros países se voltassem para a produção de alimentos brasileiras, o que proporcionou o aumento da exportação do arroz, especialmente para a Venezuela. Assim, com menos quilos de arroz no mercado, aumentou o valor daqueles disponíveis para a população brasileira.
Redação