O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, alertou o empresário Abilio Diniz, sócio do Grupo Pão de Açúcar, que o governo federal não fomentará a operação de fusão da rede varejista com a francesa Carrefour enquanto não for solucionado o conflito entre os sócios do grupo. Desde o anúncio da proposta de fusão, que contaria com o apoio financeiro do BNDES, o grupo Casino, sócio de Abílio no Pão de Açúcar e concorrente do Carrefour na França, criticou as negociações, além de classificá-las de ilegais. A princípio, o governo não deve recuar de sua disposição de participar da operação de fusão, mas rejeitará a proposta de Abílio caso não haja consenso entre os sócios. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O controlador e presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, vai se reunir com Coutinho na próxima segunda-feira, no Rio de Janeiro. Ele se recusou a se reunir com Abilio durante a semana. O Casino não aceita o negócio porque, além de envolver um concorrente direto no mercado francês, no próximo ano, ele tem o direito de assumir o controle do Pão de Açúcar.
Após a repercussão negativa do anúncio de que o BNDES poderia injetar até R$ 4 bilhões para viabilizar a fusão, a presidente Dilma Rousseff chamou Coutinho para uma reunião para discutir a proposta. Na conversa com Coutinho, ela disse que o BNDES não poderia aprovar uma operação que desrespeite contrato assinado com um investidor estrangeiro, no caso, o grupo Casino. Segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), apenas 12,6% das empresas que fornecem às grandes redes de varejo do País afirmam que serão beneficiadas caso a fusão se concretize.
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