O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em reunião extraordinária realizada no final da tarde de hoje três decisões que devem injetar R$ 12,6 bilhões no setor agropecuário.
O maior montante, de R$ 10 bilhões, já tinha sido antecipado à tarde pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em entrevista à Agência Brasil, e será para uma linha de crédito para financiamento de capital de giro a agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e a cooperativas agropecuárias.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que um dos segmentos a serem beneficiados é o setor de carnes (bovinas, aves e suínos). Serão cobradas, nessa linha de crédito especial, taxas de juros fixas de 11,25% ao ano. Os empréstimos têm prazo de até dois anos para o pagamento, incluindo até um ano de carência.
Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, considerando os problemas causados pela crise mundial no setor, “o melhor lugar para irrigar e fazer a roda girar é a agroindústria”.
Bittencourt disse que a falta de capital de giro nessas empresas acaba gerando um “efeito cascata” no restante da economia. “Essas indústrias antecipam recursos aos produtores e ajudam a financiar a produção. Sem capital de giro, elas não tem como acessar crédito e não tem dinheiro para antecipar aos produtores, que não tem como pagar os fornecedores de insumos.”
A segunda linha de crédito, de R$ 2,3 bilhões, será destinada a um programa de financiamento para estocagem de álcool. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fornecerá R$ 1,3 bilhões, e o Banco do Brasil mais R$ 1 bilhão, com recursos da poupança rural. As taxas de juros também serão de 11,25% ao ano
A última medida eleva em R$ 300 milhões o volume de recursos do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A linha passa de R$ 1,7 bilhão para R$ 2 bilhões. Metade se destina a investimentos e a outra parte vai para empréstimos de capital de giro. Também foi autorizado, pelos próximos dois anos, o acesso de empresas integradoras ao benefício. Dessa forma, frigoríficos de aves e suínos serão beneficiados.
Agência Brasil
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