As vendas de diesel e gasolina no mercado brasileiro atingiram em setembro níveis superiores aos do período pré-pandemia, em meio às altas consecutivas no preço. A avaliação é que o aquecimento do consumo sinaliza uma retomada da economia, após a fase mais crítica da crise sanitária. Na paraíba não foi diferente, 332 veículos foram convertidos para o gás natural veicular (GNV) apenas este ano. Em 2020, 337 aderiram ao combustível alternativo, o que totaliza 669 nos últimos dois anos. Sobre esse tema os especialistas na área Sérgio Araújo, integrante da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis – Abicom, José Luiz Albertin representante do setor e Renato Romio que também trabalha no setor revelam se vale a pena essa conversão.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), as distribuidoras de combustíveis venderam em setembro deste ano 5,4 bilhões de litros de óleo diesel, volume 3,3% superior ao do mesmo mês no ano passado e 10,7% acima do verificado em setembro de 2019. Já a venda da gasolina chegou a 3,4 bilhões de litros, aumento de 11,6% e 13% em relação ao mesmo período de 2020 e 2019, respectivamente. “A gente está observando um aquecimento do consumo. Com isso, vai ser necessário aumentar o volume importado”, afirma Sérgio Araújo.
As conversões são realizadas por oficinas credenciadas junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e, na Paraíba, a Listagem de Instaladores Registrados de GNV possui sete estabelecimentos. Eles estão localizados em João Pessoa (nos bairros de Jaguaribe e Torre), Campina Grande (Tambor e Jardim Paulistano) e Bayeux (Brasília).
Por ser mais leve que o ar e armazenado nos veículos em cilindros sob alta pressão, o GNV não oferece risco de explosão. “O conjunto de normas técnicas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) dá a desejada segurança quando se fala em veículo e combustível”, explica José Luiz Albertin.
Para Renato Romio, com relação à durabilidade do motor, não há problemas. Afinal, os kits mais novos (quinta geração) mantém uma certa quantidade de injeção de combustível líquido no carro, fazendo com que as válvulas já não sofram tanto, como acontecia no passado. Outro ponto importante a ressaltar é o uso da tecnologia de injeção direta de combustível e de turbo pelos carros mais novos, algo já contemplado pelos novos kits. Entretanto, o custo é mais alto e sua instalação pode ultrapassar os R$ 9 mil.
De acordo com Renato Romio, o primeiro ponto a ser levado em conta quando se decide transformar o carro é o custo da instalação. “Deve-se pegar esse montante e comparar com a economia que você vai ter. Isso vai, no entanto, depender da quantidade de quilômetros rodados diariamente. Quanto mais o veículo roda por dia, mais rápido esse investimento será diluído”, afirma.
Por outro lado, para quem roda pouco, é difícil pagar esse investimento. “Apesar de desembolsar menos com combustível, o baixo uso (do carro) dificulta o equilíbrio da conta”, revela Romio. Segundo ele, se o capital não for recuperado em 4 a 5 anos, não compensa a instalação. Afinal, provavelmente, o consumidor troque o carro nesse meio-tempo. Nesse sentido, cabe lembrar que é possível passar o kit GNV de um carro para outro. Entretanto, a ação gera o custo de uma nova instalação.
Preços
Em média, a conversão custa entre R$ 3.500 e quase R$ 9.000, dependendo do veículo e do kit escolhido. O serviço de instalação dura entre cinco e oito horas. As oficinas especializadas, a princípio, precisam de homologação por parte do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Da Redação