Desde o início da pandemia, que nesta quinta-feira (18) completa um ano na Paraíba, uma das principais discussões que se têm no ramo empresarial é sobre a necessidade que as organizações terão daqui pra frente ao se reinventarem; adequando seus modelos de negócio, uma vez que, todos os processos estratégicos e de comunicação empresarial vêm exigindo mais do setor produtivo. Para falar sobre esta realidade, o portal conversou com o empresário líder de mercado do setor fitness na Paraíba e ex-diretor nacional da Associação das Academias do Brasil (ACAD), Me. Filipe Gaudêncio, que falou da importância da modernização e virtualização para a sobrevivência dos negócios de praticamente toda a cadeia de segmentos.
Segundo Filipe, mesmo antes da pandemia o setor empresarial, gerador de empregos, já estava sofrendo mudanças nas práticas de gestão de negócio, influenciado pelas revoluções que o mundo vive: “Tivemos 3 revoluções no mundo que conhecemos, com um longo espaçamento entre elas: Revolução Agrícola, que ocorreu há 10mil anos a.C. no período Neolítico, em que o homem fixou morada, deixando assim de ser nômade; a Revolução Industrial, que mudou completamente a forma de produção no século XVIII, se não me falha a memória, e a Revolução Digital em meados dos anos 70.
Os futuristas e cientistas afirmam que nos próximos 15 anos teremos mais 3 revoluções, porém já estamos vivenciando-as, e todas de uma só vez: a robótica e de inteligência artificial, nanotecnologia e da revolução genética, afetando diretamente os negócios atuais. A Pandemia vem acelerando ainda mais essas revoluções, agindo como uma verdadeira seleção natural dos profissionais e das empresas; o empreendedorismo já não tem mais espaço para o “feijão com arroz”, o mercado pede pessoas capacitadas e proativas, seja atuando como colaborador ou em posição de liderança”, afirmou.
Gaudêncio também falou sobre uma simples mudança que já é primordial para os setores: “O exemplo de toda esta transformação, é hoje, a simples virtualização de um negócio. Quantas empresas não fecharam as portas porque não tinham uma presença virtual? Um restaurante, por exemplo, se não desenvolve um trabalho com delivery eficiente, provavelmente não se sustenta, pois o delivery representa, em dias atuais, de 20% a 30% do faturamento”, disse o empreendedor, que ontem (17), participou de uma reunião virtual ao lado de alguns empresários, com a mega empresária Luiza Helena Trajano (dona da rede de lojas de varejo Magazine Luiza) e outras empresas integradas à sua holding. Em 2020, ela possuía uma fortuna de US$ 4,9 bilhões, de acordo com a estimativa da Forbes.
“Hoje, a operação virtual da rede de varejo Magazine Luiza é inigualavelmente mais valiosa que qualquer operação física da rede e tudo ganhou força e aceleração num momento de crise. O brasileiro passa em média 5 horas por dia no mundo virtual, mostrando a importância da presença: seja do negócio, seja do profissional neste plano. Quem se atualiza, se reinventa, faz a diferença, permanece na guerra chamada “mercado competitivo”.
Perguntado sobre a iminente crise econômica em muitos países em desenvolvimento, ele frisa: “O dinheiro do mundo não diminui, apenas está mudando de mãos. Está havendo o fechamento de algumas empresas, enquanto outras estão se reinventando na Pandemia e é isso que o empresário precisa perceber.”
Indagado sobre qual a dica que o empresário deixaria aqui para aqueles que estão encontrando dificuldade de manter seus negócios, ele pontuou: “Para mim, crise significa: risco e oportunidade. Às vezes, há empresários que choram, ficam atordoados e não se preocupam em enxergar que podem ter a dádiva da reinvenção. Empreendedor não é aquele que tem uma empresa: é muito além. É aquele que consegue vencer obstáculos, é a resiliência que o mercado busca dos negócios. A evolução profissional deve ser constante para acompanharmos a velocidade em que as mudanças estão acontecendo.
Filipe destacou ainda que a atualização e reinvenção servem para todos, sejam empresários ou funcionários e completou: “Nesta era, aquele que não sabe se comunicar ou não se mostra proativo, será substituído por máquina”, comentou o empresário, destacando que as revoluções e a Pandemia são processos naturais até na política, ramo em que se destaca o gestor público que se adapta às revoluções. “Não basta agir, na política, é necessário justificar decisões tomadas e ter o reconhecimento popular como um líder especial. A população está mais politizada e consegue interpretar que ‘o bom’ já não é suficiente na era do ‘ser ótimo’ para se destacar”.
Filipe Gaudêncio é criador do movimento Empreendedores da Paraíba, que conta com mais de 700 empresários participantes de diversos setores, com a finalidade e missão de busca de soluções e manutenção de diálogo com o setor público (nas três esferas) e privado, buscando amenizar os efeitos das medidas de combate ao Novo Coronavírus. “Recentemente, fizemos um apelo ao setor público para reforçar as políticas públicas para o setor: o empresário, do pequeno ao grande, é quem sustenta o Brasil”, comentou o empreendedor que já ministrou palestras para mais de 20.000 pessoas em diversos congressos e eventos voltados ao empreendedorismo, faculdades nacionais e internacionais (como a renomada Faculdade de Coimbra em Portugal).
Ainda segundo o empresário, não existe uma cartilha a ser seguida para alcançar o sucesso em qualquer negócio: “Se existisse, seria mais fácil, porém, ter um plano de negócio, pesquisas e percepção de demanda é um grande avanço para que a sua empresa consiga atingir o sucesso. Saber investir é essencial e a tecnologia vem para deixar as escolhas ainda mais acertivas”, disse Filipe.
Biografia – Filipe Gaudêncio é um futurista nato. Nasceu em uma família vocacionada para empreendedorismo e para a política. Descobriu logo cedo o valor do trabalho. Quando adolescente, passou por vários setores nas empresas da família, sendo hoje, proprietário da maior rede de academias da Paraíba: o Grupo Korpus de Academias, junto aos seus irmãos Pedro e Eduardo Medeiros. Apaixonado por tecnologia, atua também como consultor de marketing virtual de diversas empresas de renome nacional. Possui mestrado internacional em Gestão – UTAD e em administração – UFRJ, Doutorando em Comunicação Empresarial pela Universidade UTAD. Foi candidato (2016) a Vice-Prefeito da sua cidade, Campina Grande, ao lado do hoje, Vice-Presidente do Senado, Veneziano Vital do Rego, obtendo mais de 53.000 votos, porém, não chegou a vencer. Na gestão pública, foi Secretário de Juventude do município de Campina Grande, onde criou o Conselho Municipal de Juventude e desenvolveu e atuou com a discussão e implementação de políticas públicas para a juventude; participando também da implantação das primeiras academias populares do município. Exerceu o cargo de Gerente de Planejamento da Companhia de Gás Paraibana PBGAS, participando ativamente da expansão da rede de gás natural da Paraíba (2014-2016), chegando a presidir a principal comissão da Companhia: Comissão de Melhorias. Foi eleito Diretor de esporte e cultura da fundação CDL (2012), na qual desenvolveu um papel filantrópico voltado ao esporte e cultura na sua cidade. Eleito Diretor Nacional da Associação das Academias de Ginástica do Brasil, representou mais de 34.000 empresas do setor até o ano de 2021, quando seu mandato chegou ao fim com um legado de conquistas para o setor.
Redação
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