O dólar fechou em alta de mais de 2% e voltou para perto dos 3,60 reais nesta segunda-feira, reagindo à intervenção do Banco Central e à realização de lucros um dia após a aprovação do prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
A moeda americana avançou 2,08%, a 3,59 reais, maior alta para um só dia desde 23 de março, quando subiu 2,11%. Na máxima do dia, o dólar atingiu 3,62 reais e, na mínima, desceu a 3,47 reais.
A BC vem atuando pesadamente por meio de instrumentos conhecidos como leilões de swap nas últimas semanas. Com a atuação desta segunda-feira, o Banco Central reduziu ao todo cerca de 29 bilhões de dólares o estoque de swaps tradicionais neste mês só por meio dos leilões dos reversos.
O dólar passou a subir após o anúncio da atuação do BC e continuou em alta firme durante todo o pregão. A moeda americana chegou a recuar 1,48% imediatamente após a abertura dos negócios.
A perspectiva de que uma troca de governo poderia trazer de volta a confiança na economia brasileira já havia derrubado o dólar nos últimos meses, com a moeda americana acumulando baixa de 10,74% neste ano até sexta-feira. "Agora que o fato se concretizou, muita gente aproveita para zerar essas vendas das últimas semanas", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
Bovespa cai – O principal índice da Bovespa fechou nesta segunda-feira em baixa de 0,63%, a 52.894 pontos, no primeiro pregão depois de a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O desempenho da bolsa paulista neste início de semana foi marcado por realização de lucros e pelo vencimento dos contratos opções sobre ações, tendo como pano de fundo o avanço das bolsas americanas e direção mista nos preços de commodities. O recuo ocorre após o Ibovespa acumular alta de 5,8% na semana passada. O ganho acumulado em 2016 supera 20%.
Foto: Ricardo Moraes/Reuters
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