O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (21) que é “mais complicado” tributar o investimento estrangeiro na Bolsa de Valores e em renda fixa na saída do capital do Brasil, como desejam setores do mercado. Mantega disse que está aberto a discutir a possibilidade, mas que o governo escolheu aplicar a cobrança do IOF na entrada do capital estrangeiro pela facilidade na operação.
“É mais fácil você tributar na entrada em termos de avaliação porque o governo tem este dado preciso, porque quando entra capital de fora tem de fazer cambio, traduzir de dólar em reais, aí nós tributamos. Na saída é mais complicado”, disse o ministro.
Segundo o ministro, a intenção da tributação é evitar o capital especulativo, que fica pouco tempo no país. Representantes do mercado financeiro criticaram a medida por entender que a tributação deveria ser na saída, se o objetivo é barrar esse tipo de investimento.
Para Mantega, a tributação sobre o investimento estrangeiro não deverá atrapalhar as perspectivas de abertura de capital de empresas. Ele destacou que o foco é impedir o investimento de curto prazo, considerado especulativo.
“Não acredito que haja diminuição da abertura de capital porque quando você faz uma subscrição da ação de uma empresa você está preocupado com o retorno financeiro, com a rentabilidade, com o dividendo que aquela ação vai dar, então, está apostando na produção. Isto não foi afetado pela medida. O que vai diminuir é o fluxo do curto prazo, que querem aplicar hoje na bolsa para sair amanhã”, disse o ministro.
Manteba afirmou estar aberto a debater com o setor a medida e disse que poderão ser tomadas medidas “adicionais”. A medida de tributar o capital estrangeiro, segundo ele, não foi discutida anteriormente porque não se poderia “vazar” informações para o mercado.
G1