O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que certamente haverá uma redução da atividade econômica no mundo, e isso vai afetar o Brasil.
"Não sei se vai haver recessão ou não no mundo. Mas uma coisa é certa: vai haver uma redução da atividade da economia. A tendência do mundo é deflacionar, e não inflacionar. E vai atingir o Brasil também."
A declaração foi feita durante audiência público do ministro na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira.
Ministro critica indecisão da União Europeia no combate à crise
Mantega cobrou uma posição mais firme da União Europeia. "Está faltando na União Europeia uma determinação maior para solucionar os problemas. Ou deixa quebrar ou soluciona o problema, não pode ficar no meio do caminho."
Ele defendeu a ampliação do fundo de socorro mútuo europeu. "A UE deveria colocar US$ 1 trilhão de euros [no fundo comum]. Muitas vezes nem precisa usar mesmo o dinheiro, porque só precisa recuperar a confiança. Há uma crise de confiança."
Mantega declarou que a economia global está piorando e "há risco de recessão em EUA, Europa e Japão. Espero que não venha, mas temos de estar preparados".
O ministro Guido Mantega foi convidado para falar hoje à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para comentar a crise econômica e o conjunto de medidas adotadas pelo governo para uma nova política industrial e de comércio exterior.
Há duas semanas, Mantega falou sobre o mesmo assunto na Câmara. Na ocasião, ele disse que que a piora da classificação de risco dos títulos de dívida dos Estados Unidos fará com que a economia global tenha problemas pelos próximos dois anos.
Senado terá ciclo de debates sobre situação econômica
Mantega abriu o ciclo de debates sobre a crise internacional e suas repercussões na economia brasileira. No próximo dia 30, deve ser ouvido pela CAE o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
O ministro do Desenvolvimento é um dos coordenadores do Plano Brasil Maior, lançado recentemente pela presidente Dilma Rousseff com o objetivo de fortalecer a indústria, cuja participação na economia nacional tem-se reduzido nos últimos anos.
Uol