O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta terça-feira (4), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que a economia brasileira vai continuar acelerando no quarto trimestre deste ano, quando deverá registrar uma expansão de 0,8% sobre os três meses anteriores.
No terceiro trimestre, o crescimento foi de 0,6%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada. Ao comentar o resultado na última sexta-feira (30), o ministro afirmou trabalhar como um crescimento "em torno de 1%" no 4 º trimestre.
"Há uma aceleração da economia. Talvez não no ritmo que desejávamos. Mas a economia vai continuar acelerando no quarto trimestre", declarou Mantega a parlamentares.
Revisão de dados
Mantega confirmou ainda que pediu ao IBGE que revise os dados do PIB relativos ao terceiro trimestre deste ano relativos à administração de saúde e Educação.
"Esses itens têm peso nesse resultado [do terceiro trimestre]. É muito estranho esse dado, pois o governo é obrigado por lei a aumentar esse gasto. Pedimos que o IBGE revise", disse ele, acrescentando que a expansão de 0,6% divulgada pelo Instituto é "preliminar".
Medidas tomadas ainda não tiveram impacto pleno
Segundo ele, parte das medidas anunciadas neste ano pelo governo federal como, por exemplo, a redução da taxa básica de juros da economia, atualmente em 7,25% ao ano (mínima histórica), contra 12,5% ao ano em agosto de 2011, ainda não tiveram seu impacto pleno na economia brasileira.
"Quando se reduz a taxa de juros, é natural que haja um lapso de tempo para que a atividade produtiva seja estimulada. Não é imediato. Demora seis meses, oito meses. Quando há uma crise internacional, esse tempo demora mais. Ainda não floresceram as medidas que foram plantadas neste período. Mesmo as medidas de câmbio e juros que têm grande eficácia no médio prazo", disse o ministro da Fazenda.
Câmbio
Sobre a taxa de câmbio, atualmente ao redor de R$ 2,10 por dólar, em comparação com R$ 1,80 a R$ 1,90 nos cinco primeiros meses deste ano, e até mesmo R$ 1,60 no ano passado, Mantega declarou que torna os produtos manufaturados brasileiros se tornarão mais competitivos tanto no Brasil quanto no exterior. Segundo ele, trata-se de um "novo patamar" para a taxa de câmbio.
Na visão do ministro, o desafio do Brasil é "continuar crescendo enquanto a maior parte das economias ou está em recessão ou está desacelerando suas atividades". "Isso gera uma crise de confiança. Os empresários ficam aflitos sem saber o que vai acontecer e reduzem os investimentos, o que gera uma contração dos mercados, principalmente de manufaturados", declarou.
G1