O dólar, que disparou durante a pandemia, vem caindo nas últimas semanas ante o real e, no acumulado do ano, a queda ultrapassa 16%. Para falar sobre esse tema foram escutados os economistas Mosár Ness, Celso Mangueira e Gustavo Bertotti que revelam os impactos para os paraibanos da queda da moeda americana.
Para Mosár Ness, o recuo da moeda americana não significa fortes impactos no bolso do cidadão em um curto prazo. “As pessoas irão perceber nos próximos meses um nível de aceleração de preços menor”, ou seja, os preços podem subir, mas menos. Pode haver redução, inclusive, mas pequena. “A gente acredita que a inflação deve entrar em rota de desaceleração nos próximos meses. Não significa desinflacionar. Vamos ter aumentos menores. Vamos ter preços estáveis e ligeiramente menores”, afirmou.
Já Gustavo Bertotti também acredita na perda de força da inflação, mas não na velocidade imaginada. O especialista destaca pontos de exigem atenção, como o aumento do preço de commodities, principalmente ligado à energia, a tensão entre Rússia e Ucrânia e o processo de retirada de estímulos, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. “Tem algumas preocupações domésticas, como a ancoragem fiscal, com teto de gastos e discussões de PECs, somado ao risco político. Tem eleições, que, na minha opinião, vão fazer preço no mercado, e tem a inflação persistente”, disse.
Celso Mangueira afirmou que o preço de alguns itens importados consumidos no Brasil tende a cair, pois se o empresário adquiri-los mais em conta, o reflexo do custo menor pode parar no bolso do consumidor final. “O mesmo pode ocorrer com os produtos fabricados no país, mas que têm componentes vindos do exterior, ou seja, se o valor desses componentes for barateado, pode se refletir num produto com preço menor. Então, não é de se admirar se, daqui a um tempo, o comércio oferecer aparelhos eletrônicos, componentes para automóveis, óleos combustíveis derivados do petróleo com preço mais atrativo”, comentou.
Da Redação