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Em 2015, país fecha 1,54 milhão de vagas

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 As demissões superaram as contratações em 1,54 milhão de vagas formais em todo ano passado, informou o Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (21) com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2014, foram criados cerca de 420 mil empregos com carteira assinada.

 

O resultado de 2015 é o pior resultado para um ano da série histórica do ministério, que tem início em 2002, considerando ajustes. Na série sem ajustes, é o pior desempenho desde 1992, quando teve início a contabilização dos empregos formais pelo governo, segundo números do Ministério do Trabalho. Com isso, trata-se do pior resultado em 24 anos.

 

O fechamento de vagas aconteceu em meio à forte queda do nível de atividade da economia, com a economia em recessão, e disparada da inflação – que ficou em 10,67% em 2015, o maior patamar em 13 anos. No último ano, também houve aumento de vários tributos por parte do governo.

 

‘Ano difícil’

"2015 foi um ano difícil. Não é um resultado bom. Tivemos redução de empregos e da média de salários de admissão, mas as conquistas dos últimos anos estão preservadas pois o estoque de empregos continua alto. Queremos recuperar a geração de empregos", declarou o ministro do Trabalho e da Previdência, Miguel Rossetto. Ele não quis fazer uma previsão para o número de empregos formais neste ano. Disse apenas que deve haver uma melhora frente a 2015.

 

Segundo o ministro, um "conjunto de iniciativas" está sendo debatido para recuperação da economia. Entre elas, citou investimentos em infraestrutura a partir das concessões e ações do Ministério da Fazenda para melhorar a oferta de crédito no Brasil, além do patamar do câmbio – dólar alto torna as exportações mais baratas e as compras do exterior mais caras.

 

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff que, atualmente, todo o esforço do governo federal está voltado para impedir que o desemprego se eleve ainda mais. "Todo esforço do governo […] é para impedir que, no Brasil, nós tenhamos um nível de desemprego elevado. Para mim, é a grande preocupação, é o que nós olhamos todos os dias. É aquilo que mais me preocupa e aquilo que requer mais atenção do governo”, disse.

 

Estoque total de empregos

Com o corte de vagas em 2015, o estoque (número total de emprgos formais existentes) fechou o ano passado em 39,663 milhões de pessoas. Com isso, houve queda frente ao patamar registrado no final de 2014 (41,2 milhões de pessoas com carteira assinada). Também ficou abaixo do patamar do fim de 2013 (40,78 milhões de empregos formais) e de 2012 (39,646 milhõões).

"O dado importante é que as dificuldades não foram capazes de destruir as conquistas importantes dos últimos anos. Preservamos um mercado de trabalho formal forte. O mercado de trabalho formal cresceu muito nos últimos anos", acrescentou o ministro Rossetto. Segundo ele, mais de 10 milhões de empregos formais foram criados nos últimos dez anos.

Ano de 2015 por setores

De acordo com os números do governo, quase todos os setores da economia demitiram no ano passado, com exceção da agricultura. A indústria de transformação foi o setor que mais demitiu trabalhadores com carteira assinada no ano passado, com 608 mil demissões, seguida pela construção civil (-416 mil vagas).

 

Em terceiro lugar, aparecem os Serviços, com 276 demissões em 2015, seguidos pelo comércio, com 218 mil vagas fechadas no período. A indústria extrativa mineral registrou 14 mil demissões no ano passado, a administração pública demitiu 9,23 mil trabalhadores, ao mesmo tempo em que a agricultura contratou 9,8 mil pessoas.

Regiões do país

Segundo números oficiais, o emprego formal caiu em todas as regiões do país no ano passado. Em 2014, a Região Sudeste fechou 891.429 empregos com carteira assinada, enquanto que a região Nordeste perdeu 254.402 vagas com carteira assinada.

Na região Sul, houve o fechamento de 229.320 empregos com carteira assinada e, na região Norte, outros 100.212 trabalhadores foram demitidos. Na região Centro-Oeste, foram fechadas 67.008 vagas formais de trabalho.

 

G1

Foto: Gilberto Firmino

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