O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu nesta segunda-feira (26), após reunião com fabricantes e empresas varejistas de produtos da linha branca (máquinas de lavar, fogão e geladeiras), que o setor mantenha os empregos, faça mais contratações e ofereça facilidades ao consumidor.
O ministro ouviu do setor um pedido para que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca seja mantida. O desconto, em vigor desde abril, termina no próximo sábado (31).
Mantega disse que não poderia comentar se há uma chance de o governo prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que entrou em vigor em abril, mas colocou algumas condições como espécie de contrapartida do setor para o governo.
"Não costumo antecipar nossas decisões porque elas seriam prejudiciais. (…)Digamos que a gente venha a renovar a redução do IPI, com dois compromissos feitos de público, na frente das câmeras: que houvesse por um lado o compromisso do emprego maior, que haverá uma contratação maior porque as empresas estão investindo, aumentando a produção, o varejo porque está aumentando as vendas. O outro compromisso é que o setor venha a fazer promoções dando mais vantagens para o consumidor. Se nós aqui podemos celebrar esse acordo, há grande probabilidade que a gente venha a chegar a um entendimento."
Em abril, o governo reduziu o IPI das máquinas de lavar roupa de 20% para 10%, das geladeiras de 15% para 5%, dos fogões de 5% para zero e dos tanquinhos de 10% para zero.
Durante o encontro, o ministro ouviu dos empresários um balanço das vendas e das contratações feitas pelo setor desde o início da redução do tributo. Segundo Mantega, o governo verificou que o desconto do imposto foi repassado ao consumidor.
A presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, disse que não foi solicitado especificamente um período de prorrogação, mas afirmou que um bom prazo para o setor seria a manutenção do desconto até o final de janeiro, segundo ela, um mês "fraco" para as vendas.
Consumo desestimulado
Para a presidente do IDV, se a redução do IPI não for prorrogada, o consumo ficará desestimulado. "Vocês sabem que 60% do varejo depende do último trimestre [do ano]. O que a gente queria era pelo menos conseguir melhorar o desempenho fraco que foi primeiro trimestre desse ano. E a gente acredita que, se não cair o IPI, isso pode nos atrapalhar porque desestimula o pessoal a comprar um linha que representa quase 30% do nosso faturamento."
Luiza Trajano afirmou ainda que aguarda a decisão do governo sobre o tributo para definir as contratações de funcionários temporários para o fim do ano.
"Depende muito do que vamos escutar aqui para que a gente possa contratar o número certo. Em novembro e dezembro o varejo eleva quase 10% ou 15% do seu quadro de funcionários para que possam trabalhar e muitos desses permanecem na empresa."
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, afirmou que, com a redução do IPI, as vendas de produtos superaram em 2 milhões a expectativa inicial. Ele garantiu que o setor está preparado para entregar uma produção maior e estimou que, se o desconto não for mantido, haverá uma queda "substancial" nas vendas.
G1
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