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Empresário que faz leite de arroz quer concorrer com importados

O empresário Rodrigo Mendonça Peirano, 49, entrou num mercado dominado por produtos importados. Há três anos ele criou a Brotare Vita, marca que produz uma bebida láctea à base de arroz integral para pessoas intolerantes à lactose.

A ideia do negócio surgiu de seu interesse como consumidor. Peirano declara que nunca gostou do leite de vaca e quis produzir a bebida à base de arroz depois de experimentar uma marca importada.

“Não criei nada. Só vi a oportunidade de trabalhar com algo de que gostava, que era caro e difícil de ser encontrado nos supermercados. Contratei um engenheiro de alimentos e desenvolvemos uma receita.”

Agora, ele quer enfrentar os importados e sua estratégia é aumentar a vida útil do produto. Com um investimento na modernização do processo de esterilização – eliminação de micro-organismos – o prazo de validade da bebida passará de 30 dias (em refrigeração) para três meses.

Com o “leite” de arroz durando mais tempo nas prateleiras dos supermercados e na casa dos consumidores, Peirano pretende explorar mercados maiores nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

“Quero chegar a estes mercados em até três meses, nem que seja em escala pequena. Seria um pontapé inicial”, afirma. Atualmente, a bebida láctea Brotare Vita é comercializada apenas em Brasília (DF), cidade onde é produzida.
Empresário quer aumentar produção

Outra medida para fazer frente aos concorrentes importados, principalmente da Europa, é a ampliação da capacidade produtiva. Em até dez meses, o empresário almeja aumentar a produção de 1.500 litros por mês para 20 mil litros mensais.

“É uma luta de David contra Golias. Sou um produtor local e o diferencial está aí. Estou no quintal do meu cliente e não do outro lado do Atlântico. Tenho mais condições de saber as necessidades dele”, diz Peirano.
Bebida importada despertou interesse pelo negócio

A opção por usar arroz foi uma decisão estratégica. Segundo Peirano, já existiam muitas empresas que produziam bebidas à base de soja e pouco espaço para novos negócios. “Procuro observar as carências e deficiências do mercado e como posso tirar proveito delas com o que eu faço.”

Apesar de ter uma agroindústria que também comercializa brotos de feijão, alfafa, girassol, lentilha e outros produtos, o empresário não planta o próprio arroz. A matéria-prima vem de um fornecedor de Goiás.
Produto não substitui leite animal

De acordo com o empreendedor, a bebida à base de arroz integral não é um substituto para o leite animal. O produto é apenas uma alternativa para consumidores intolerantes à lactose, vegetarianos ou veganos.

A bebida não é rica em cálcio, proteínas e gorduras, como o leite animal. O atrativo está em não possuir glutén, conservantes, colesterol, lactose e ter baixo teor de sódio. “A vantagem não é o que o produto tem, mas sim o que ele não tem”, afirma.

Mesmo com o desafio de se tornar competitivo diante dos concorrentes do exterior, Peirano já pensa em novos produtos. Segundo ele, bebidas à base de aveia, gergelim e castanha-do-pará também podem ser produzidas. “Elas são mais caras e ainda precisamos desenvolver receitas”, diz.

UOL

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