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Empresários relatam superação das dificuldades nos pequenos negócios

Tudo inicia com um pequeno negócio que pode, no passar dos anos, se consolidar como uma grande empresa e se transformar num case de sucesso, a inspirar e motivar outras pessoas a empreenderem, ou a não desistirem de seus empreendimentos. Porém, para quem está começando, não é tarefa fácil formar clientela, ter um bom planejamento, não misturar lucro com apurado e vencer em meio a concorrentes mais experientes. No entanto, na Paraíba, o empreendedor encontra solo fértil para atingir um dos indicadores de sucesso, principalmente para pequenas empresas: sobreviver aos dois primeiros anos de atividade.

Segundo informações repassadas pelo analista técnico do Sebrae Paraíba, Jucieux Lucena Palmeira, 80% dos negócios abertos na Paraíba mantiveram-se no mercado nos dois primeiros anos. É o segundo melhor percentual do país. Só perde para Minas Gerais. Além disso, 79% é a taxa de sobrevivência das empresas de João Pessoa, a segunda melhor taxa entre as capitais.

Um dos exemplos de superação das dificuldade iniciais vem do relato do bem-sucedido empresário Douglas Ribeiro Monteiro, proprietário da Oficina do Granito, uma empresa paraibana de sucesso, conhecida pela inovação nas suas linhas de produção, forma de trabalho, escolha dos melhores fornecedores, além da mais alta tecnologia, e que trabalha com rochas ornamentais e produtos sintéticos como painel glass, marmoglass e silestone. A empresa emprega hoje 60 funcionários distribuídos na fábrica, na loja, no escritório e na equipe de campo. Esta última, composta por 18 pessoas, é responsável pela montagem das peças nas obras.

Mas, nem sempre foi assim. No início, em 1998, quando a empresa foi concebida pelo espírito empreendedor de Douglas Monteiro, passou por enormes dificuldades para se estabelecer no mercado. “A história da empresa é interessante. Eu trabalhei numa multinacional por 23 anos e tinha como meta sair da empresa e montar o meu próprio negócio, quando eu completasse os 40 anos de idade. E assim aconteceu. Saí da multinacional e fui atrás do mercado de trabalho para pesquisar e, de início, comecei com uma empresa chamada MM Comércio de Material de Construção, que trabalhava com cimento, tijolo e outros materiais. Depois apareceu uma oportunidade para trabalhar com rochas ornamentais, que seriam mármores e granitos. Foi quando criei a Oficina do Granito, em 1998”, relata.

Douglas lembra que começou num prédio bem singelo e apenas com dois funcionários. Na época, tinha uma lixadeira e uma maquita, que é uma serra de mármore manual. “Comecei vendendo placas para os marmoristas aqui existentes. Foi uma época meio difícil, porque tinha marmoristas com 40 anos no mercado e, quando eu, que estava chegando no mercado, ia visitar escritórios de arquitetura e construtoras, os proprietários diziam não poder negociar comigo, porque já trabalhavam com fulano que tinha 20 anos de mercado ou com sicrano, que já tinha mais de 30 anos. No entanto, não desisti e comecei a pesquisar equipamentos, máquinas, e hoje somos referência aqui no Estado da Paraíba e no mercado do Norte e Nordeste”, comemora.

Douglas Monteiro afirma que a maioria dos seus fornecedores hoje é de fora. “O material que trabalhamos hoje, na sua maioria, é oriundo da Espanha, da Itália e da China, mas trabalhamos também com pedras provenientes da Paraíba e com os granitos pretos e os mármores brancos do Estado do Espirito Santo, no Sudeste. Se você for numa feira de Milão, na Itália, ou de Las Vegas, nos EUA, verá os mesmos produtos expostos aqui na Oficina do Granito. Na Paraíba é a única empresa do segmento que trabalha com máquinas pneumáticas, computadorizadas e com corte de mira a laser, equipamentos que proporcionam um perfeito acabamento das peças”, garante.

Ele confessa que, no quinto ano de empresa, quis desistir. “A história diz que a empresa que sobrevive mais de cinco anos se consolida no mercado, mas no meu caso, com cinco anos, foi aquela história em que você começa a não ter muito retorno. Levantei a cabeça, com o espírito empreendedor que sempre tive, e fui em busca de fazer algo diferente. Percebi que não podia estar fazendo o mesmo que os marmoristas existentes na cidade praticavam. Então, foi aí que eu peguei o fio da meada, fui atrás de produtos e equipamentos novos para fazer o trabalho diferente e mostrar que a gente estava no mercado não para disponibilizar o produto já existente, mas para oferecer um produto diferenciado”.

Empreendedora há mais de 20 anos, Sandra Vasconcelos descobriu que é o mercado que indica os caminhos para um case de sucesso. Ela, que atua com assessoria de comunicação e marketing e que já teve bons empregos, como designer e jornalista, em grandes editoras e jornais de São Paulo, nunca deixou de lado sua vocação para o empreendedorismo, e sempre procurou manter um trabalho com empresa própria. Na Paraíba, ela criou, em 2009, a loja de artesanato e decoração Babel das Artes, instalada por seis anos no Mercado de Artesanato, em Tambaú. A empresa recebeu o Prêmio Top Blog na categoria Cultura, em 2009, e foi finalista no Prêmio Brasil Criativo do Ministério da Cultura, na categoria Artesanato, no final de 2014.

Redação

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