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Especialista explica motivos pelos quais os imóveis de luxo têm elevado o custo da construção

Em entrevista à imprensa paraibana diretor-secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), Glauco Morais, explicou os motivos pelos quais as construções de imóveis de luxo no estado têm elevado o custo médio da construção civil na Paraíba. Dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo IBGE, apontam que após constantes altas ao longo do ano, a Paraíba registra o maior custo médio da construção civil, por metro quadrado, no Nordeste, em agosto.

Segundo o Sinapi, o valor no estado é de R$ 1.649,97, superando a média regional de R$ 1.592,25, mas abaixo da média do país, que foi de R$ 1.713,52. Conforme o IBGE, os preços dos materiais elevaram a média. Ainda segundo esse índice o setor imobiliário avalia que o consumidor está mais exigente, o que faz com que os construtores invistam mais na qualidade dos produtos, aumentando seus custos. O Sinapi na Paraíba aumentou 0,2%, em agosto, na comparação com o mês de julho. Do total de R$ 1.649,97, a quantia referente aos materiais é de R$ 1.005,31. No mês anterior, o valor era de R$ 998,80. Por outro lado, houve uma leve redução no custo médio da mão de obra, que diminuiu de R$ 647,30 para R$ 644,66. Conforme o IBGE, o custo médio da construção na Paraíba subiu 3,7%, no acumulado de janeiro a agosto. O índice foi o quinto maior entre as unidades federativas.

O Paraná liderou o ranking, com aumento de 4,53% e o Maranhão registrou o maior índice da região (3,85%). No mesmo período, a média brasileira e a do Nordeste foi de 2%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a Paraíba registrou a maior variação do Nordeste (5,5%) e a sexta maior entre todas as unidades da Federação, em agosto. O resultado supera a média do país (3,1%) e a do Nordeste (2,7%). A liderança em âmbito nacional ficou com Santa Catarina (7,97%).

Para Glauco Morais, o aumento nos custos dos insumos vem desde a pandemia de Covid-19. “Houve escassez de materiais como ferro, alumínio, vidro e cerâmica. As fábricas atrasaram as entregas e houve caso de construtora esperar um ano pela chegada de um determinado tipo de cerâmica, por exemplo”.

Ainda conforme, Morais destaca que o consumidor está mais exigente com a qualidade dos materiais. Desta forma, os empresários investem mais, o que eleva a média do custo de construção no que se refere aos itens. “João Pessoa é destaque nos projetos arquitetônicos de alta qualidade”, enfatiza. Outro fator relacionado é o investimento em imóveis de padrão elevado, tanto para moradia, quanto para locação por temporada. Segundo Glauco Morais, esse tipo de construção é mais comum nos bairros de orla, devido ao seu grande potencial turístico.

Redação

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