É inegável a relevância dos pequenos negócios para a economia brasileira, mesmo em tempos de crise, como a que se vivencia atualmente, em virtude da pandemia da Covid-19. Os empreendimentos de pequeno porte representam, aproximadamente, 98% do total de empresas existentes no Brasil, de acordo com informações extraídas da Receita Federal do Brasil (RFB). Segundo dados da Amanda Sabino do Sebrae, os pequenos negócios respondem por cerca de 30% da produção de riqueza e são responsáveis por 51% do emprego gerado no País. Na Paraíba, segundo o analista técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no estado (Sebrae-PB), Ismael Nóbrega, o crescimento desse setor é visível, pois registrou ano passado a abertura de 47.722 novos pequenos negócios, o que corresponde a um crescimento de 43,69% em comparação a 2020, quando foram abertos 33.211 empreendimentos.
O levantamento mostra que, entre os novos negócios, os microempreendedores individuais (MEIs), lideram o ranking no estado, com 39.999 cadastros formalizados em 2021; em seguida, estão as micro e pequenas empresas (6.778) e as empresas de pequeno porte (945). O setor que mais cresceu no ano passado foi o de serviços, com a criação de 23.418 novos cadastros nacionais de pessoas jurídicas (CNPJ) no estado. “Em geral, não existe burocracia para se formalizar um MEI, o que tem estimulado os empreendedores a abrirem o próprio negócio. Além disso, com a pandemia apareceram novos serviços e novas necessidades, o que fez com que os pequenos negócios reagissem e empreendessem”, disse Ismael,q eu destacou também que houve abertura de novos negócios nos setores de comércio (16.162 registros), indústria (7.916), agronegócios (221) e cinco empresas cujos CNPJs não têm atividade econômica declarada.
Conforme dados Amanda Sabino, em 2020, mesmo considerando o caos causado pela pandemia do coronavírus, foram registrados 626.883 novos negócios de pequeno porte no Brasil, os quais, se comparados ao ano de 2019, apresentam uma leve regressão de 0,5%. Se considerarmos os dados desagregados, as microempresas foram mais penalizadas com a pandemia, já que sofreram uma queda de 2% no número de negócios. Por outro lado, as empresas de pequeno porte tiveram uma taxa de crescimento de 9,5%. As atividades que mais tiveram microempresas abertas em 2020 foram as de corretagem na compra, venda e avaliação de imóveis; suporte técnico, manutenção e outros serviços de tecnologia da informação e consultoria em gestão empresarial. Os pequenos negócios mais formalizados em 2020 foram os de holdings de instituições não financeiras; atividades de intermediação e atendimento de serviços em geral; comércio varejista de material de construção e comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas, coerentemente ligadas às necessidades advindas com os desafios provocados pela crise sanitária e de saúde.
Da Redação