Categorias: Economia

Evite confusão entre limite de crédito e do salário

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O cafezinho de todo dia na padaria, a cerveja todo fim de semana, o cinema (incluindo ingresso, pipoca e refrigerante) no sábado, um jantar ou dois por mês em um restaurante bacana e, de repente, o salário acaba, faltando dez dias ainda para o fim do mês. A solução? Chamar a dupla dinâmica: cartão de crédito e cheque especial. Afinal, encarar os limites desses dois instrumentos – que custam tarifas e juros – como extensões naturais do salário é muito fácil.

Especialistas ouvidos pelo R7 apontam a facilidade com que limites de crédito – no cartão ou no cheque especial – passam a ser encarados como prolongamentos da própria renda, e o quanto isso pode custar ao consumidor.

A rapidez com que o consumidor recorre a ambos ao menor sinal de aperto no bolso, no entanto, tem que ser encarada com cautela, segundo o assistente de direção do Procon-SP, Diógenes Donizete. Porque a facilidade aparente pode se revelar o fim de um labirinto, do qual é complicado sair depois.

– Às vezes, o consumidor, por falta de cuidado ou de maior orientação, acaba confundindo limite orçamentário com limite de crédito. E são coisas diferentes. A pessoa precisa ser educada quanto ao que é desejo e o que é necessidade. Ela vai ter de aprender a consumir, o que é um cartão de crédito, como usá-lo de forma racional.

Duas linhas de crédito exigem mais atenção do consumidor porque, segundo Donizete, “são muito fáceis, estão muito à mão”.

O president da ABC (Associação Brasileira do Consumidor), Marcelo Segredo, destaca que é muito comum a pessoa agregar o limite do cheque especial ao próprio salário.

– Muita gente conta com esse limite pra passar o mês, mesmo sabendo que sobre aquilo é cobrado juro.

Para ele, uma receita para não cair no limite do cheque especial é não comprometer mais de 30% da própria renda.

– Precisamos ter uma reserva financeira. Os outros 70% do salário precisam estar disponíveis para contas, para algum imprevisto. É quase como se a moeda no pais hoje não fosse o real, mas sim o débito. É muito fácil usar os limites do cheque especial e do cartão [de crédito], e, com isso, fica muito fácil também perder o controle das finanças.

Efeito psicológico

Contribui para aumentar o risco de descontrole, lembra Donizete, o fato de que, ao comprar com cartão ou usar o cheque especial, o consumidor não põe a mão diretamente no dinheiro.

– O cartão, por exemplo, exerce um efeito interessante: o consumidor chega com um plástico na loja, faz uma série de compras, passa o plástico em uma máquina e outra, usa senhas e botões e em nenhuma dessas operações ele viu ou mesmo tocou em dinheiro vivo, papel-moeda. Parece que as coisas ficaram de graça, que ele não precisou pagar por elas.

Para evitar que essas soluções sejam, na verdade, iscas para atrair o consumidor a dar um passo maior que suas pernas financeiras, a recomendação do Procon é que o consumidor faça uma planilha, na qual liste seus gastos e avalie o que realmente precisa fazer parte de suas despesas.

– A pessoa precisa ser educada a reavaliar o que é desejo, o que é necessidade, e reaprender a consumir – até porque cada vez menos usamos hoje em dia o dinheiro vivo para fazer compras. Ela precisa ter uma planilha de controle de gastos. Ali é que ela vai ter que se questionar e ver que, se o que ele quer no momento é mais um desejo que uma necessidade, o melhor é poupar e comprar depois, e não parcelar.

Segredo também destaca o efeito de moderação que a compra feita com dinheiro pode exercer sobre o consumidor.

– A presença do dinheiro na troca é um freio ao impulso gastador. Quando a população passar a se condicionar mais a gastar em dinheiro que com cartões de débito ou crédito, aí pode inclusive acontecer de as tarifas cobradas tanto do lojista quanto do consumidor diminuírem.

R7

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