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Fim de desconto no IPI derruba vendas

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As vendas no comércio varejista brasileiro tiveram uma queda de 3% em abril, na comparação com março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo reflete o fim do desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em março, sendo o maior já registrado para o mês de abril desde o início da série histórica em 2000.

Em março, na comparação com fevereiro, as vendas de veículos e motos, partes e peças aumentaram 12,7%; já no mês de abril, em relação ao mês anterior, houve queda de 11,7%. De acordo com Reinado Pereira, técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, a queda recorde representa uma "acomodação" após três meses de expansão e "não significa uma inflexão" na trajetória de crescimento do setor.

De acordo com Pereira, o comércio deverá ser estimulado nos próximos meses pelo aumento na renda do trabalho, redução do desemprego e oferta de crédito. De acordo com ele, o reajuste de 7,7% para os aposentados, confirmado nesta terça-feira (15), também deverá contribuir para a continuidade da expansão das vendas.

Segundo dados da Anfavea (associação das montadoras) divulgados no início de maio, a produção de veículos caiu 14,6% em abril, na comparação com março. O fim do IPI reduzido influenciou esse desempenho: a isenção do imposto terminou em dezembro do ano passado para os veículos a gasolina, mas para os modelos flex (que representam 80% das vendas) encerrou em março.

Números divulgados no último dia 8 pela associação, no entanto, mostraram que em maio houve um avanço de 6,6% nas vendas ante abril e crescimento de 14,9% sobre maio do ano passado. No acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, foram produzidos 1.433.933 veículos, o que representa uma expansão de 20,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com abril do ano passado, no entanto, houve crescimento de 9,1%.

Na comparação com março, apenas duas das dez atividades pesquisadas no comércio apontaram crescimento no volume de vendas: outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%) e tecidos, vestuário e calçados (2,2%). A atividade no setor de móveis e eletrodomésticos ficou estável.

Vendas em baixa

Além da queda nas vendas de veículos, motos e peças também tiveram desempenho negativo o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria (-0,2%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,9%), material de construção (-0,9%), combustíveis e lubrificantes (-2,0%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-10,5%).

Na comparação com abril de 2009, na série sem ajuste sazonal (quando se elimina os efeitos específicos de cada mês), todas as atividades tiveram aumento no volume de vendas, com destaque para: móveis e eletrodomésticos (22,7%); tecidos, vestuário e calçados (16,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,6%).

 

R7

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