A GM (General Motors) começou a informar a seus funcionários que fechará temporariamente 13 de suas 20 fábricas nos Estados Unidos e no México, a fim de reduzir os estoques e cortar gastos durante a execução de seu plano de reestruturação. A empresa espera deixar de produzir 190 mil veículos no período.
Segundo a empresa, que divulgou um comunicado nesta quinta-feira, as suspensões da produção podem variar de duas a nove semanas, entre maio e julho. A empresa não divulgou quais unidades serão fechadas nos próximos meses.
"Enquanto as vendas têm ficado perto de nossas estimativas, e os estoques das revendas vêm diminuindo proporcionalmente, nós buscamos uma produção mais alinhada com as mais conservadoras compreensões do mercado", afirmou Troy Clarke, presidente da GM para a América do Norte. "Com a redução dos nossos estoques feita de forma mais agressiva, reduziremos a pressão na GM e em nossas concessionárias."
Atualmente, a GM conta com 767 mil unidades nos pátios das revendedoras.
Reportagem da Associated Press informa que sindicatos de trabalhadores da GM ligados à UAW (United Auto Workers, principal sindicato do setor automobilístico americano) já receberam a informação. Segundo o presidente da filial sindical do Texas Enrique Flores, a linha de produção no Estado, por exemplo, ficará fechada entre 11 de maio e 13 de julho.
Na quarta-feira, a medida já havia sido antecipada por dois funcionários envolvidos no plano de reestruturação da empresa. Consultada por jornalistas, a GM decidiu não comentar sobre a suspensão temporária antes de avisar seus trabalhadores.
A suspensão nas fábricas faz parte do plano de resgate exigido pelo governo americano para liberar mais verbas federais à companhia. A GM tem até o dia 1º de junho para apresentar seu projeto, em troca de US$ 16,6 bilhões em empréstimos. A empresa já conseguiu mais de US$ 13,4 bilhões do governo.
Dívida não paga
Nesta quarta-feira (22), o diretor financeiro da GM, Ray Young, afirmou que a empresa pode não fazer o pagamento de uma dívida de US$ 1 bilhão, com vencimento em 1º de junho –um dia antes de expirar o prazo dado pelo governo americano para que a empresa apresente um novo plano de reestruturação.
Segundo reportagem do diário americano "The Wall Street Journal" ("WSJ"), o pagamento dessa dívida só ocorreria se o credor aceitasse uma troca de papéis de dívida por títulos, o que faz parte da estratégia de reestruturação da empresa. "De qualquer modo, já teremos uma oferta aberta", disse Julie Gibson, porta-voz da empresa, segundo o site da rede americana de TV CNN.
Segundo Young, o programa de troca de papéis será lançado nos próximos dias e pretende reduzir a dívida não garantida da empresa, de US$ 28 bilhões. A expectativa do executivo-chefe da empresa da montadora, Fritz Henderson, é reduzir a dívida para cerca de US$ 9,2 bilhões.
Outra porta-voz da empresa, Renee Rashid-Merem, disse à agência de notícias Bloomberg que a troca de papéis é um "elemento essencial" para conseguir que a empresa consiga se reestruturar sem ter de recorrer a uma concordata.
No último dia 30, o presidente americano, Barack Obama, disse que o governo irá oferecer capital suficiente para a GM nos próximos 60 dias, a fim de que a empresa possa elaborar um novo plano de reestruturação.
Folha
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