Categorias: Economia

Impeachment e China mexem com bolsa e câmbio do Brasil

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 O mercado é para profissionais ou, na expressão popular, a maré está para peixe mas pode mudar. É dessa forma que os analistas observam a euforia na bolsa de valores, no câmbio e juros desde a última quinta-feira, 3, com os depoimentos do senador petista Delcidio Amaral revelados pela revista IstoÉ, a condução coercitiva do ex-presidente Lula no dia seguinte e a novela do impeachment retomada.

 

De acordo com a consultoria Economática, quem teve coragem de comprar ações de um punhado de companhias na quinta-feira passada e as vendeu ontem ganhou levou uma boa bolada para casa. Nesse período, Usiminas subiu 44,68%; Siderúrgica Nacional, 33,81%; Gerdau, 32,80%/; Petrobrás, 27,80%.

 

Para o economista Gilberto Braga, professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), vive-se hoje uma clara crise de falta de confiança na economia, o que leva a movimentos de grande volatilidade no mercado. “Isto ocorre quando alguns agentes de mercado identificam que há a chance de uma perspectiva melhor da economia, leia-se o impeachment, que eventualmente levariam à retomada do crescimento econômico”, afirma.

 

Nesta segunda-feira, 7, a oposição ao governo Dilma informou que vai concentrar esforços para retomar o processo de impeachment da presidente na Câmara dos Deputados e o obstruir votações no plenário até que seja instalada a comissão que vai analisar o processo.

 

Na avaliação do Phillip Soares, da Ativa Investimentos, o que se observa no mercado de ações, câmbio e juros (esses dois últimos em queda desde a semana passada), é uma euforia um pouco exagerada e de fácil reversão. “O mercado está colocando que acabaram os problemas do Brasil o que não é verdade”, diz.

 

Câmbio e China

 

De quinta-feira até o fechamento hoje (7), o real teve uma desvalorização nominal de 3,61%, cotado a R$ 3,7714. Pior para empresas essencialmente exportadoras, caso da Embraer (aviação comercial), Suzano e Fibria (papel e celulose) São Martinho (açúcar e álcool) e dos frigoríficos (JBS, Minerva e Marfri, BRF), aponta Soares da Ativa Investimentos. “É um movimento natural, esperado de mercado nessas circunstâncias”, diz.

 

As empresas mineradoras, porém, também em sua essência exportadoras, têm recebido um empurrão da China. De dezembro até agora, o preço da barra do aço fundido na Bolsa de Shangai já subiu 19%, o que trouxe otimismo para as companhias brasileiras que exportam seu produto para lá.

 

O professor Braga explica que a política chinesa para retomada do crescimento econômico em patamares superiores a 7% ao ano tem surtido efeito. A idéia é flexibilizar as regras bancárias, redução de impostos e políticas públicas que incentivem a propriedade privada na China. “Uma tentativa de abrandamento da presença do estado na economia chinesa, um choque neoliberal eu diria seguindo o receituário do Fundo Monetário Internacional”.

 

Foto: Reprodução 

Isto É Dinheiro

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