Categorias: Economia

Investir R$ 30 em título público rende mais que a poupança

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 O pequeno investidor brasileiro está vendo o seu dinheiro encolher na poupança — porque o rendimento é menor que a inflação — e sofre para encontrar uma alternativa para fazer o dinheiro do porquinho crescer mais do que a inflação. Mas economistas ouvidos pelo R7 asseguram: a saída é o Tesouro Direto, ou seja, títulos do governo brasileiro.

Começando a partir de R$ 30, qualquer pessoa pode investir por meio da internet. Além disso, esse tipo de investimento é o que tem o menor risco, já que os títulos públicos são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional.

Esse movimento de busca de títulos públicos se refletiu no recorde de investidores cadastrados em um mês. Em julho, foram 15.905 cadastros, um aumento de 138,4% ante julho do ano passado. Com o acréscimo, o Tesouro totalizou 536.979 investidores cadastrados no programa.

Um destaque é a presença considerável dos pequenos investidores com vendas até R$ 5.000, que correspondeu a 66,2%. Segundo nota divulgada pelo Tesouro, o valor médio das operações foi de R$ 12 mil no mês passado.

O diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer Alexandre Wolwacz afirma que a poupança não está conseguindo bater a inflação.

— Quem deixa o dinheiro na caderneta, está perdendo entre 3% e 4% do valor a cada ano.

Segundo uma simulação feita na calculadora do Tesouro Direto, quem investir R$ 30 por 720 dias (que é o prazo para entrar na menor alíquota de Imposto de Renda, 15%), receberia R$ 38,33 no título atrelado à inflação (estimando uma inflação de 8% ao ano no período). E receberia R$ 35,09 se estivesse na poupança, conforme simulação da corretora da valores Easynvest.

Pode parecer pouco, mas imagine se você fizer depósitos mensais de R$ 30. Neste período de 24 meses, apenas os depósitos, sem juros, já somariam R$ 720.

O diretor da Easynvest, Amerson Magalhães, explica que aplicar em título público (Tesouro Selic), através do Tesouro Direto, é uma excelente alternativa também em relação aos fundos DIs.

— Optando por uma corretora que não cobra taxa de administração, o custo do investimento no Tesouro Direto será de apenas 0,30% ao ano, muito inferior à taxa média de administração dos fundos.

Passo a passo

1º passo: É preciso ter CPF e conta corrente em um banco.

2º passo: O investidor escolhe uma instituição financeira, que pode ser um banco ou uma corretora, também chamada de agente de custódia, para intermediar suas transações com o Tesouro Direto.

Confira a lista com todas as instituições habilitadas a operar com títulos públicos federais, com as taxas de administração cobradas por elas.

O investidor deve ficar atento, já que há corretoras que não cobram essa taxa, enquanto outras chegam a cobrar até 2% ao ano, o que pode comprometer os ganhos.

3º passo: Entre em contato com a instituição financeira escolhida e solicite seu cadastramento.

4º passo: A BM&FBovespa enviará ao investidor uma senha provisória para o primeiro acesso à área restrita do Tesouro Direto, em que são realizadas as operações de compra e venda, assim como consultas a saldos e extratos.

5º passo: Troque a senha provisória por uma nova que deverá conter entre 8 e 16 dígitos, composta por letras, números e caracteres especiais.

Com isso, o investidor já estará habilitado e poderá começar a comprar e vender títulos do Tesouro.

Taxas

Mesmo que a corretora isente o investidor da taxa administrativa, todos os títulos pagam a taxa de custódia da BM&FBovespa, que é de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente, no primeiro dia útil de janeiro ou de julho, ou na ocorrência de um evento de custódia (pagamento de juros, venda ou vencimento do título), o que ocorrer primeiro.

Como escolher o título?

Segundo Amerson Magalhães, como regra geral, a reserva de emergência (ao menos seis meses de renda mensal) deve ser alocada em aplicações sem risco e com liquidez.

O Tesouro Direto pode não ser o melhor investimento, caso o investidor tenha que retirar o dinheiro antes do vencimento, também é preciso ficar atento ao Imposto de Renda. Quem tem certeza de que não precisará resgatar o título antes do vencimento, pode investir tranquilo.

No site do Tesouro há um questionário para o investidor saber qual o título ideal.

 


R7

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