A nova carteira de trabalho será digitalizada e chegará às mãos dos brasileiros a partir de julho, segundo informações concedidas nesta terça-feira (18) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, durante inauguração da 12ª unidade do Ceat (Centro de Atendimento ao Trabalhador) em São Paulo.
Essa será a segunda modificação desde a sua criação em 1932, quando a carteira profissional substituiu a agrícola, instituída por decretos assinados nos anos de 1904 e 1906.
Na nova carteira, a foto do trabalhador passa a ser digitalizada, semelhante à do passaporte. O documento continua a ser na cor azul, mas passa a ter um plástico protetor destinado às informações pessoais do portador. Atualmente, a carteira de trabalho é impressa em branco, sendo preenchida pelos funcionários dos postos de atendimento, como o Poupatempo.
Com a mudança, a emissão da carteira será online, já com as informações pessoais do trabalhador. Segundo o ministro, os paulistanos serão os primeiros brasileiros a terem acesso ao novo documento. A boa notícia é que, como a imagem será digital, o portador do documento irá economizar cerca de R$ 10, que é o custo da fotografia 3×4.
– A experiência piloto será no Ceat [unidade que fica no Vale do Anhangabaú], mas nós pretendemos colocar em todo o sistema. Já tem um equipamento preparado. Vai ter um sistema que tira a fotografia na hora, faz a impressão digital e que emite a carteira no prazo máximo de uma hora. [O trabalhador] vai ter que vir ao local para tirar.
A nova carteira de trabalho valoriza a segurança contra fraudes, já que o documento é um dos campeões em falsificação, segundo o Minístério do Trabalho. Outra novidade é a cor da carteira de trabalho do estrangeiro no Brasil, que passa a ser verde – e não mais azul como a dos brasileiros.
A medida agiliza a emissão do documento, que hoje ainda depende do trabalho dos servidores públicos estaduais e federais – em greve até na última segunda-feira (17). De acordo com o ministro, “o Supremo Tribunal Federal decretou que os trabalhadores teriam que voltar ao atendimento e estão voltando a partir da publicação que saiu hoje [terça-feira]”.
– Temos muitas unidades descentralizadas. O que está em greve são só os postos do ministério, e parte deles. Estão mais aqui na capital. Com a decisão do Supremo, todo mundo tem que voltar ao trabalho. Agora, não tem condições de ter mais aumento porque não há prazo para isso.
Mais perto do emprego
O Ceat é uma instituição que aproxima trabalhadores e vagas de emprego na cidade de São Paulo. Além disso, encaminha pessoas para cursos de educação profissional, emite a carteira de trabalho e agiliza pedidos de seguro-desemprego.
A nova unidade do Ceat, que já tem outras 11 em São Paulo, deverá atender cerca de 750 pessoas por dia. De acordo com a presidente da entidade, Jorgette Oliveira, o Ceat recebe uma média de 2.000 a 3.000 pessoas por dia.
– A gente consegue encaminhar uma média de 20 mil a 30 mil pessoas [para vagas de emprego] por causa do nosso banco de dados. A gente acaba tendo um retorno de 2.000 pessoas colocadas por mês, mas ainda é pouco. Posto de trabalho não é problema no Brasil, mas falta gente qualificada.
R7
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