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ONU condena atentado que matou 90 em mercado no Paquistão

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou nesta quarta-feira o atentado com carro-bomba ocorrido em Peshawar, no Paquistão, declarando-se "indignado" com o que qualificou como uma "ação atroz que ceifou tantas vidas inocentes". O ataque terrorista, que atingiu um mercado lotado na cidade do noroeste do país, matou ao menos 90 e feriu mais de 200 –a maioria mulheres e crianças.

O atentado é o maior sofrido pelo Paquistão desde 18 de outubro de 2007, quando um suicida se explodiu logo após a chegada a Karachi (sul) da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, matando cerca de 150 pessoas. Meses depois, Bhutto morreu em outra ação.

A explosão desta quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou à capital paquistanesa, Islamabad, para uma visita de três dias. Ela também condenou a ação, e prometeu a ajuda dos EUA na luta contra o terrorismo.

"O Paquistão está em meio a uma luta contra grupos extremistas brutais, que matam pessoas inocentes e aterrorizam comunidades", disse Hillary em coletiva de imprensa no Ministério paquistanês de Relações Exteriores, poucas horas depois do atentado.

"Quero que vocês saibam que o Paquistão não está sozinho. Esses extremistas estão comprometidos em destruir o que é mais precioso para nós [EUA], assim como estão comprometidos em atacar aquilo que é o mais importante também para vocês e para todos. Essa luta também é nossa", acrescentou a secretária de Estado.

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Razá Guilani, e o presidente, Asif Alí Zardari, também condenaram o ataque.

Explosão

Além dos 90 mortos, mais de 200 pessoas ficaram feridas na ação, que destruiu grande parte do mercado, popular entre mulheres e crianças. Várias lojas ficaram em chamas.

Sahib Gul, médico de um hospital local, informou que 91 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. Segundo ele, a maior parte das vítimas eram mulheres e crianças.

O governo paquistanês atribuiu a responsabilidade a extremistas que pretenderiam se vingar de uma ofensiva militar lançada neste mês contra membros da rede terrorista Al Qaeda e da milícia radical Taleban na fronteira do Afeganistão.

"Nós estamos atacando o centro do terrorismo, e eles estão contra-atacando por meio de ações em Peshawar", afirmou o ministro da Informação da Província Noroeste, Mian Iftikhar Hussain. "Esse é um momento difícil para nós. Estamos recolhendo corpos de mulheres e crianças, mas nós encontraremos esses terroristas e os eliminaremos", acrescentou.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque, o que é comum em ações que envolvem civis.

O Taleban havia ameaçado perpetrar mais ataques no Paquistão caso o governo não abandonasse a ofensiva terrestre na região tribal do Waziristão do Sul –principal base da milícia radical–, onde o Exército destacou cerca de 30 mil homens para deter os insurgentes.

Hillary

A explosão de carro-bomba ocorreu poucas horas antes da chegada de Hillary. A primeira visita ao país como secretária visa diminuir o sentimento anti-americano no Paquistão, de maioria muçulmana.

Em sua visita, ela elogiou o governo por empreender a arriscada ofensiva contra extremistas na instável região da fronteira com o Afeganistão. "Eu elogio o governo paquistanês e o Exército por agir contra o extremismo. Não era isso o que estava sendo feito antes", disse.

Segundo ela, a administração de Barack Obama pretende apoiar o Paquistão em relação a questões como desenvolvimento econômico, geração de energia, educação e meio-ambiente. Ela sugeriu que o governo do republicano George W. Bush não deu suficiente valor ao Paquistão como aliado na guerra contra o terrorismo, negligenciando a relação com o país.

"Nós estamos virando uma página em relação ao que foi feito nos últimos anos, durante os quais a prioridade foi uma agenda contra-terrorista e com foco na segurança", disse a secretária de Estado a jornalistas durante o vôo de Washington a Islamabad. "Contra-terrorismo continua a ser uma alta prioridade, mas nós também reconhecemos que é crucial que ampliemos nosso grau de compromisso com o Paquistão", acrescentou Hillary.

Ao lado de Hillary, o ministro paquistanês das Relações Exteriores, Shah Mahmood Qureshi, afirmou que a violência não irá minar a determinação do governo em combater a insurgência.

"Nosso objetivo e determinação não serão abalados", disse Qureshi. "As pessoas que estão realizando tais crimes horrendos querem nos abalar. Quero dizer a eles: Nós lutaremos contra vocês porque queremos paz e estabilidade no Paquistão".

 

 

 

G1

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