O rombo nos cofres da Previdência Social em agosto dobrou e chegou a R$ 5,4 bilhões, um crescimento de 111,2% na comparação com julho – quando estava em R$ 2,5 bilhões – segundo dados divulgados nesta segunda-feira (20) pela Previdência Social. O motivo é o pagamento da primeira metade do 13º salário, o que provocou uma despesa extra dos cofres do governo.
No ano, a previdência acumula saldo negativo de R$ 30,779 bilhões, 1,3% menor que o resultado do mesmo período do ano passado, de R$ 31,184 bilhões. O rombo do INSS é histórico e ocorre porque a previdência sempre paga mais aos aposentados e pensionistas do que arrecada dos trabalhadores.
O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabbas, afirmou, no entanto, que não existe qualquer rombo nas contas do órgão. Para ele, o que vale é o saldo de R$ 5,901 bilhões, que é a arrecadação dos trabalhadores do setor urbano, ou seja, dos moradores dos grandes centros.
– O rural nunca foi pensado para ser superavitário [quando arrecada mais do que gasta]. Ele é financiado com recursos do Tesouro. O que é planejável é o urbano, e nele temos R$ 6 bilhões de saldo até agosto. Eu não falo sobre déficit, eu não tenho déficit.
…No mês de agosto, a Previdência pagou R$ 22,350 bilhões em benefícios. Desse total, R$ 15,490 bilhões foram pagos ao setor urbano e R$ 4,124 bilhões foram destinados aos trabalhadores da zona rural.
Os números, no entanto, foram afetados pelo pagamento da antecipação do 13º salário. Do total destinado ao setor urbano, R$ 1,853 bilhões destinados a este benefício. Ainda assim, o setor teve um saldo positivo de R$ 1,413 bilhão.
O problema continua sendo o setor rural. A antecipação do rendimento extra consumiu R$ 881,1 milhões e fez com que o rombo aumentasse para R$ 3,698 bilhões.
R7