Categorias: Economia

Para ganhar mercado, seguradoras criam produtos específicos para a classe C

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A classe C, a chamada nova classe média, está chamando a atenção de mais um setor pelo qual era antes praticamente ignorada: o de seguros. Empresas correm para lançar novos produtos ou adaptar seguros já existentes a essa camada social. As duas prioridades desse público são os seguros de vida e os de proteção à renda.

“A maior preocupação da classe C é não dar um passo para trás. São pessoas que acabaram de mudar de classe social e não querem perder o que ganharam”, diz Luciano Benício, superintendente de produtos de seguros do Santander.

Assim, os principais seguros voltados à nova classe média buscam proteger a renda do indivíduo ou garantir o conforto da família no caso de algum imprevisto, como a morte do provedor. Para Benício, o primeiro tipo de seguros que esse grupo procura é o de vida. “É um cliente que está começando a dar conforto e segurança para sua família e não quer colocar isso em risco”, diz o executivo.

O HSBC aposta em um tipo de seguro chamado de “amparo familiar” para conquistar a classe C. “São seguros que cobrem morte acidental, invalidez acidental, que oferecem auxílio-funeral para a família. O capital segurado [valor que o seguro paga ao beneficiário em caso de morte ou acidente] não é alto, mas os seguros têm vários serviços”, diz Edson Lara, diretor de produtos do HSBC Seguros.

 

Espaços alternativos

De acordo com Gustavo Cunha Mello, sócio da Correcta Seguros, é preciso oferecer os seguros destinados à classe C de forma alternativa, como por agentes treinados por seguradoras que vendem as apólices de porta em porta, em comunidades como a Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

 

O Bradesco já oferece um seguro por R$ 3,50 que protege o cidadão contra acidentes pessoais, incluindo balas perdidas. Chamado de Primeira Proteção, o seguro paga aos beneficiários R$ 20 mil em caso de morte acidental do segurado.

 

Outra forma de oferecer seguros à nova classe média, que nem sempre tem conta em banco, é por meio dos serviços especiais – segundo Mello, é comum que as provedoras de serviço de energia elétrica ofereçam apólices de baixo valor junto com a conta de luz.

 

O HSBC, por exemplo, distribui os seguros principalmente por meio da Losango, empresa de crédito pessoal do grupo, que tem quiosques espalhados em redes de varejo.

Renda
Segundo Edson Lara, a classe C busca mais aqueles seguros para eventos específicos, principalmente aqueles que protegem a capacidade do segurado de gerar renda para a sua família. Benício, do Santander, concorda: “São pessoas que não têm poupança, gastam tudo o que ganham. Elas querem cobertura imediata da sua renda."

As seguradoras já têm bastante experiência com o chamado seguro prestamista, aquele que é vendido quando a pessoa toma um empréstimo ou outro tipo de crédito e quita a dívida da pessoa em caso de morte, acidente ou desemprego, entre outros eventos, dependendo do seguro.

Mas as empresas vêm inovando nas coberturas. O Santander, por exemplo, tem um seguro que paga um valor diário ao segurado no caso de ele ser internado. O produto é voltado a pessoas sem plano de saúde e a autônomos, que não ganham nos dias em que ficam sem trabalhar.

Já o HSBC tem um seguro contra pane seca e acidentes de carro, voltado a quem não tem um seguro completo do automóvel. No caso de o carro pifar, o segurado é “resgatado” e o carro, guinchado para uma oficina, mas o conserto fica por conta do dono. Produto semelhante, no Banco do Brasil, é apelidado de "BB Proteção Motorista" (e não ao automóvel) e oferece o mesmo serviço, além de envio de chaveiro e troca de pneus, por R$ 4,99 por mês.

Garantia estendida
A aposta do Itaú Seguros é a chamada garantia estendida: ao comprar um eletrodoméstico, o segurado tem, depois do término da garantia do fabricante, mais um ou dois anos de proteção para o caso de o produto quebrar.

 

O serviço que garante eletrodomésticos também é oferecido pela maioria das redes de varejo, de acordo com o sócio da Correta Seguros, em parceria com diversas seguradoras. Ele classifica o segmento de "microsseguro", e diz que ele pode ser uma "porta de entrada" para apólices mais elaboradas.

 

Esse tipo de seguro é vendido principalmente através de parcerias do Itaú com varejistas. “A classe C daqui a pouco vai começar a demandar seguros para seus bens. "Esse grupo está começando a comprar bens como casa e carro”, diz Luiz Fernando Butori, diretor de operações de pessoa física do Itaú Seguros.

O executivo diz que o Itaú está preparando um pacote de seguros voltados para a classe C. “Essa é uma oportunidade de focar em inovação. Vamos precisar ser criativos para ‘empacotar’ os seguros de uma forma mais popular”, diz Butori.

G1

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