A valorização nos preços dos carros usados deve encarecer o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e surpreender os donos de carros em 2022 esse é o cenário nacional, contudo a realidade paraibana, se mostra diferente da nacional, onde a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PB), destacou semana passada que , a alíquota para cálculo do IPVA não sofrerá alteração com a chegada de 2022. Para comentar esse cenário foi ouvindo o especialista em cursos automotivos Antônio Jorge Martins.
A nível nacional, o valor de avaliação do automóvel indicado na tabela Fipe, aplicam-se as alíquotas de IPVA de acordo com o combustível usado (1,5 para GNV e 4% para flex). Cada estado utiliza uma alíquota para o cálculo do imposto e usa os valores venais dos veículos usados — calculados por meio da tabela Fipe — ou os preços das notas fiscais de compra, no caso dos veículos 0km. A partir de dados da tabela Fipe, se fez uma comparação de preços de veículos usados no ano passado e em 2021. O cálculo apresenta uma simulação sobre como a valorização na tabela Fipe vai impactar no valor do IPVA em 2022, em comparação com o imposto pago neste ano.
De acordo com especialistas, algumas concessionárias chegam a pagar até 100% da tabela Fipe, o que antes servia somente como uma referência. Com a falta de componentes, especialmente semicondutores — também usados na indústria de eletrônicos —, houve paralisação ou redução na fabricação dos veículos, o que reduziu estoques. Neste cenário, muitos consumidores enfrentaram fila de espera por veículos e muitos correram para os usados e seminovos. “Este ano não ocorreu a depreciação normal do veículo, e hoje o carro usado vale mais do que no ano passado”, comentou Antônio Jorge Martins.
Vendas de usados – Segundo dados de vendas da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o primeiro semestre do ano registrou uma média diária de pouco mais de 59 mil transações de carros usados, incluindo motos e pesados. Esse número foi 7,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2019, antes do início da pandemia. No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, foram vendidos mais de 5,4 milhões de automóveis e comerciais leves usados no país.
Na Paraíba, de acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-PB), a taxa fixa para cálculo do imposto, determinada pelo Governo do Estado, se manterá em 2,5% e o cronograma para pagamento do tributo será divulgado ainda este mês. Mesmo assim, o valor do imposto deve ser impulsionado pela alta nos preços dos veículos comercializados em solo paraibano, o que tem preocupado o consumidor. Isso porque o imposto varia de acordo com o preço praticado pelo mercado para cada modelo de automotor (carro, caminhão ou motocicleta) e leva em consideração, também, a taxa padrão aplicada justamente sobre o valor de comercialização dos veículos, convencionado mensalmente por meio da Tabela Fipe.
Custos do veículo disparam em 2021
Ao longo de 2021, ficou ainda mais caro manter um veículo, especialmente pelos custos dos combustíveis e outros gastos. Os itens envolvidos com aquisição e manutenção de veículos subiram quase o dobro da inflação geral nos últimos 12 meses, segundo os dados mais recentes do IPC-10 daFundação Getulio Vargas (FGV). Enquanto o índice global registrou um aumento de 9,57% em 12 meses, a inflação ao motorista chegou a 18,46% no mesmo período.
O principal vilão para o bolso do motorista é o aumento dos combustíveis. A gasolina subiu 40,46% desde novembro do ano passado, já o etanol registrou 64,45% de aumento. Até mesmo aqueles condutores que optaram por ter um carro movido a gás para economizar, viram o GNV aumentar 37,11% nos últimos 12 meses.
Da Redação