A Paraíba é o Estado onde mais se planta e se colhe algodão naturalmente colorido no Brasil, e onde também acontecem pesquisas importantes para se obter a pluma de algodão naturalmente colorido que tenha fibras mais compridas e mais resistentes.
As pesquisas da Embrapa Algodão em cima da tecnologia algodão naturalmente colorido buscam ainda uma maior produtividade e maior rendimento de pluma, após o descaroçamento. Outra pesquisa importante é a que busca cultivares (espécies de plantas que foram melhoradas devido à alteração ou introdução de características que antes não possuiam) que tenham plumas de cor natural azul ou preta. Só que esse tipo de algodão está sendo buscado não apenas no Brasil, a exemplo do que acontece na Embrapa Algodão, na Paraíba, e, talvez, também no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em São Paulo, mas em todo o mundo, como acontece nos Estados Unidos da América, China, Paquistão, Austrália, Israel e Índia.
No entanto, mesmo que a cultivar de fibra de cor azul ou preta se confirme, ainda resta tomar outras providências, como o melhoramento genético do material obtido, a exemplo das medições do valor de cultivo e uso (VCU) da nova cultivar, o que demanda ainda muito tempo de trabalho, alertam os pesquisadores. Mesmo assim, empresários paraibanos firmaram o desejo de plantar de imediato a nova semente assim que a Embrapa Algodão a disponibilize no mercado.
Técnica
Segundo o agrônomo Gilvan Ramos, que já coordenou o Comitê Gestor do Arranjo Produtivo Local de Confecções e Artefatos de Algodão Colorido da Paraíba, a técnica usada é diferente, porque nas atuais cultivares o melhoramento genético é o convencional, mas para se obter uma cor azul ou preta e que tenha tonalidades dessas cores bem expressivas, a técnica é biotecnológica.
"Ou seja, as pesquisas resultarão em cultivares de algodão transgênicas! Aí se perderia a possibilidade de se cultivar de forma "orgânica" esse algodão novo, como se faz hoje em dia e se consegue valorizar muito as peças fabricadas. Aliás, os empresários dizem que vendem, primeiro porque é "orgânico", e só em segundo lugar porque é naturalmente colorido. Acontece que você pode imaginar o que um tecido com um azul forte e expressivo, e que seja de cor natural, poderia significar econômica e ambientalmente, quando se substituísse a tecnologia de produção de jeans em todo o mundo", analisa.
Redação