Pessoas com dívidas em atraso com bancos e instituições financeiras têm até o dia 15 de abril para participar do Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, edição 2024. A iniciativa é promovida pelo Banco Central (BC), pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Secretaria Nacional do Consumidor e Procons.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em março de 2024 o percentual de famílias com dívidas em atraso registrou um aumento de 0,5 ponto percentual. Também houve um aumento no percentual de pessoas que se autodeclararam como “muito endividadas”, atingindo 16,8%. Esse aumento interrompe uma tendência de queda que ocorria nos últimos quatro meses.
O que pode ser renegociado?
Roberta Veras, contadora e membro da Comissão Nacional de Voluntariado do CFC, explica que podem ser negociadas dívidas em atraso, e que não tenham bens dados em garantia.
“Por exemplo, nós temos cartão de crédito, cheque especial ou demais modalidades de crédito que estejam sendo contratadas por bancos ou até mesmo por qualquer instituição financeira”, informa.
Os interessados em participar do mutirão podem solicitar a renegociação de suas dívidas diretamente às instituições financeiras, por meio do consumidor.gov ou nos Procons que aderiram ao programa. A lista completa dos canais de atendimento está disponível aqui.
Hélio Lima, diretor comercial da Line Bank BR, pontua que as pessoas que preenchem os requisitos para negociar pelo Desenrola Brasil devem buscar seu banco ao acessar a plataforma do programa.
“Se você faz parte do Cadastro Único ou você participa da Faixa 1, que são pessoas que recebem até dois salários mínimos por mês, você deve buscar renegociar através do programa Desenrola Brasil. É a chance de você ter de volta o seu nome limpo e abrir o mercado para crédito e para realizar os seus sonhos e objetivos”, destaca.
A autônoma Joana dos Santos, 48, é moradora de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Ela afirma que possui dívidas atrasadas, que não foram resolvidas com o programa Desenrola Brasil — e por isso, tem interesse em participar do mutirão.
“Eu quero participar da renegociação de cartão de crédito, vou ver quais são as dívidas ativas para me preparar melhor”, afirma.
João Paulo Travasso Maia, economista e analista político-econômico, afirma que o mutirão veio como um complemento para o Programa Desenrola Brasil. Ele alerta que os superendividados têm direito à renegociação global. E que aqueles que não possuem condição financeira devem procurar o Procon mais próximo.
“Além disso, temos que focar na questão da educação financeira dessas pessoas, porque raramente é um caso isolado. Nós vemos que 80% das pessoas que estão negativadas são reincidentes. Ou seja, elas vão acumulando dívidas e dívidas e dívidas. Então para solucionar esse problema não basta só renegociação. Precisamos auxiliar essas pessoas de forma com que elas tenham educação financeira”, ressalta Maia.
PB Agora
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