O aumento do preço do etanol nas bombas de todo o País em consequência da elevação do preço do álcool nas refinarias está beneficiando a Petrobras. Para a empresa, o aumento crescente do álcool leva os motoristas que têm carro flex fuel (bicombustível) a migrar para a gasolina.
No primeiro semestre do ano, as vendas de combustíveis pelas distribuidoras, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cresceram 9,1%, atingindo 56,145 bilhões de l, com as vendas de gasolina chegando a crescer 20,3%
Os dados da própria agência indicam uma queda de 15% nas vendas de etanol hidratado, após quatro anos consecutivos de alta, o que ocorre em razão dos altos preços praticados para o etanol, principalmente no início do ano.
Esse crescimento acima da expectativa da venda de gasolina fez com que a Petrobras tivesse que importar gasolina no primeiro semestre para suprir a demanda interna. O mercado de QAV teve alta de 14,9%.
Segundo o diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, o consumo de gasolina deverá crescer este ano, em média, cerca de 15%, volume bem superior aos 7% previstos para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
Costa informou que mesmo o consumo de diesel encontra-se 10%, em média, acima da expansão do ano passado, influenciado pela crise financeira internacional.
"O crescimento dos principais derivados acima do PIB está sendo excepcional. Em geral, o combustível tem uma elasticidade menor em relação ao PIB e o seu crescimento é ligeiramente inferior ao do PIB. Este ano, por uma série de características de nossa economia, a elasticidade está sendo, em média, maior do que o normal e, em alguns casos, se o PIB crescer 7% como está previsto, alguns combustíveis vão chegar a crescer 14%", afirmou Costa.
Para ele, está sendo um ano excepcional do ponto de vista do consumo. O maior crescimento, de acordo com Costa, é da gasolina e do querosene de aviação (QAV).
"No caso da gasolina, houve crescimento expressivo no primeiro semestre do ano e agora também no segundo. O alto preço que vem sendo cobrado pelo álcool torna a gasolina mais atrativa para o consumidor, que agora pode optar em função do carro flex. E, no caso do QAV, vocês estão vendo os aeroportos lotados e o consequente aumento do número de voos", afirmou.
No primeiro semestre do ano, as vendas de combustíveis pelas distribuidoras, segundo dados da ANP, cresceram 9,1%, atingindo 56,145 bilhões de l.
Terra