Após dois aumentos consecutivos da taxa básica de juros da economia, a Selic, analistas consultados pelo R7 consideram que o ritmo de alta precisa diminuir, sob risco de o país sofrer uma freada muito brusca. A taxa subiu de 8,75% para 10,25% entre março e junho último, depois de ficar um ano e sete meses estacionada.
Integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começaram na terça-feira (20) a reunião para discutir sobre os indicadores econômicos e a trajetória dos juros. A decisão sobre como ficará a Selic será divulgada nesta quarta-feira (21) após o fechamento do mercado financeiro.
O BC eleva os juros para evitar aumentos nos preços dos produtos e deixar a inflação próxima da meta central fixada pelo governo, que é de 4,5% para 2010.
Com os juros mais altos, a tendência é que as pessoas passem a comprar menos e pegar menos empréstimos, o que ajuda a segurar a inflação. A aceleração dos preços ocorre sempre que a economia está superaquecida, ou seja, com as pessoas comprando em excesso, adquirindo financiamentos a longo prazo e pedindo muito dinheiro emprestado.
Para o consumidor, o impacto mais direto de um aumento da taxa básica é o encarecimento dos empréstimos e dos juros cobrados pelos bancos e comércio nas diferentes modalidades de financiamentos.
Previsões
O professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), Fábio Gallo Garcia, disse estar dividido sobre qual será o movimento dos juros – ele diz inclusive que o BC poderia não efetuar movimento algum -, mas destaca que seria “imprudente fazer um aumento acelerado agora”.
– Se eu estivesse na diretoria do BC eu estaria com muita dor de cabeça. Eles vão ter de analisar muito número para não fazer algo errado, mas, observando o que se passa na economia, acho que seria imprudente um aumento acelerado.
A expectativa do mercado, conforme o relatório Focus (boletim semanal preparado pelo BC a partir de consultas a analistas) desta semana, é de que a Selic fique em 12% neste ano. Para isso, diz Garcia, é preciso haver um aumento agora para 10,75% ou para 11%. O problema disso, diz ele, é que os indicadores de inflação e os de crescimento da economia mostram que “um aumento acentuado dos juros seria pisar no breque mais do que o devido, e não se deveria fazer isso agora”.
Já o economista Eduardo Otero, da Um Investimentos, diz que o BC deve manter o ritmo das últimas reuniões – alta de 0,75 p.p. (ponto percentual) -, mas no comunicado a ser divulgado com a decisão, ou na ata (documento que sai duas semanas após o encontro), pode haver um sinal de avanço menor nas próximas reuniões (em setembro, outubro e dezembro).
A manutenção, na reunião de hoje, do ritmo das altas de maio e junho se justificaria, segundo Otero, pela preocupação com as expectativas de inflação, que ainda estão acima da meta – segundo analistas do mercado, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial de inflação) deve chegar ao fim do ano em 5,42%, ou seja, acima da meta central, de 4,5%..
Abaixo do esperado
O presidente do conselho de administração do Ibef – SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), Walter Machado de Barros, disse, por sua vez, que o Copom deve elevar para 11% ao ano, mas que a taxa estará no fim de 2010 em 11,75%, abaixo dos 12% esperados pelo mercado financeiro.
Ele destaca que, embora os indicadores econômicos já mostrem que o ritmo da economia não vai ser o mesmo dos dois primeiros trimestres, ainda não se pode afirmar se isso vai se manter ou reflete apenas fatores temporários.
– Ainda não é possível afirmar se essa “parada” da economia é apenas pontual ou se representa uma tendência para os próximos meses.
Para Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), o comércio é um dos mais afetados pelo aumento dos juros, porque o dinheiro mais caro faz com que as pessoas comprem menos. Ele diz que isso traz um ciclo vicioso que afeta toda a economia.
– O Banco Central só sabe falar de aumentar os juros com medo de que a inflação suba. Elevando a taxa, seguramos o consumo. Em uma economia capitalista, tem que incentivar o consumo, o que eleva a geração de empregos e melhora a atividade empresarial, aumentando a produção.
Já o analista e operador Waldney Trindade Nery, da corretora Uniletra, o BC “não deve vir com o mesmo fôlego” das duas reuniões anteriores – com o aumento de hoje a Selic deve ficar em 10,5% ou 10,75%.
– O banco fez uma correção maior nas duas reuniões anteriores, e agora deve agir de forma mais branda.
R7
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