As reservas internacionais brasileiras avançaram US$ 1,88 bilhão somente nesta última terça-feira (14) e atingiram a marca histórica de US$ 265,13 bilhões, novo recorde, segundo números divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Banco Central.
O governo acumula a moeda norte-americana de duas formas: comprando dólares no mercado (via Banco Central) ou fazendo emissões de títulos da dívida pública – que são comprados pelos investidores e cujo pagamento é depositado nas reservas. As reservas também podem variar por conta da remuneração das aplicações que são feitas com estes recursos – a maior parte em títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Ingresso de recursos
Dados divulgados mais cedo pelo Banco Central mostram que voltou a ser registrado ingresso de recursos na economia brasileira na última semana, quando US$ 2,43 bilhões ingressaram no país.
A entrada de divisas na economia brasileira acontece dias antes do início do processo de capitalização da Petrobras, em que é esperada a participação de investidores estrangeiros. De acordo com analistas, a entrada de dólares pode acentuar a alta do real frente ao dólar.
Com a maior entrada de divisas, a autoridade monetária começou a efetuar dois leilões de compra de dólares por dia na semana passada. Na última semana, adquiriu US$ 658 milhões, 27% do ingresso líquido do período. Ao comprar dólares, o BC contribui para impedir uma queda maior da cotação da moeda norte-americana.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta que o governo vai tomar "medidas para impedir que haja valorização do real". Ele não deu detalhes sobre as ações, dizendo apenas que outros países estão desvalorizando suas moedas e que o Brasil não vai ficar parado "assistindo esse jogo".
Acumulado do ano, vantagens e custo
Segundo o Banco Central, as reservas cambiais subiram US$ 26 bilhões em 2010, visto que fecharam o ano de 2009 em US$ 239,05 bilhões. Neste ano, até 10 de setembro, a autoridade monetária efetuou a aquisição de US$ 17,92 bilhões no mercado à vista.
A grande vantagem de ter dólares em caixa é que isso dá garantias contra eventuais crises no mercado internacional, como a da Rússia, em 1998, e a crise financeira que atingiu a economia internacional no ano passado.
Economistas, no entanto, chamam a atenção para a compra de dólares. Isso por que, cada vez que o governo compra divisas, paga em real e, com isso, aumenta a dívida interna. Ao mesmo tempo, também tem de pagar mais juros, uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são mais altas do que no exterior. É o chamado "custo de carregamento" das reservas.
G1