De acordo com o BC, agosto foi o segundo mês seguido de retirada de recursos do país e, também, teve a maior saída de valores desde dezembro do ano passado (-US$ 8,78 bilhões). Em julho deste ano, US$ 1,79 bilhão haviam deixado a economia brasileira.
No acumulado deste ano, o fluxo de dólares, que estava no azul na parcial até 22 de agosto, "virou" e passou a registrar movimento negativo, com mais saída do que entrada de dólares. Na parcial dos oito primeiros meses deste ano, US$ 700 milhões deixaram o país. Em igual período do ano passado, US$ 2,23 bilhões haviam entrado no Brasil.
Impacto no dólar
A saída de recursos registrada em agosto favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. O que se viu no mês passado, porém, foi o contrário. No final de julho, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 2,26, recuando para R$ 2,23 no fechamento de agosto, uma queda de 1,36%.
Além do fluxo de dólares, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos e as intervenções do Banco Central no mercado futuro da moeda norte-americana, por meio da oferta dos contratos de "swap cambial" – instrumentos que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, com impacto no mercado à vista.
O BC brasileiro tem prosseguido com suas intervenções diárias no mercado com os "swaps cambiais". Recentemente, o BC anunciou que manterá as intervenções diárias no mercado futuro de câmbio até o fim deste ano.
Os analistas do mercado financeiro acreditam que o dólar terá alta até o final deste ano. Pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, revela que a previsão dos economistas para o dólar, no fim de 2014, é de R$ 2,35.
Como funcionam os swaps cambiais
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período.
É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que para o futuro, e controlar a alta da cotação. Assim, o BC acalma a procura por dólares sem mexer nas reservas internacionais.
O investidor, preocupado com a tendência de alta, tem interesse em comprar dólares. Quando aceita a operação, fica estimulado a querer a queda ou a manutenção do dólar, para que não tenha que pagar ao banco mais do que receberá em juros. Essa taxa, normalmente, acompanha a Selic, que é a taxa básica da economia brasileira e hoje está em 11%. Se o dólar tiver variação acima disso, por exemplo, quem perde é o investidor.
G1
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