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Salário mínimo enfrenta problema de sustentabilidade, dizem economistas: “Itens estão acima da correção monetária”

O novo salário mínimo de R$ 1.518,00, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025, traz à tona importantes discussões sobre seu impacto nas contas públicas e na economia brasileira. Para falar sobre o impacto desse tema foram ouvidos os economistas Cássio Besarria e Gabriel Leal de Barros, que comentaram sobre os desafios econômicos que o país enfrenta.

Para Cássio Besarria, o aumento quase não é sentido no bolso dos brasileiros e paraibanos. “O salário mínimo corrige a inflação do ano anterior, mas o ano já começa com vários itens passando por correção monetária. Exemplo: aluguel, matrículas e materiais escolares, entre outros. O ano de 2025 teve um componente adicional: os preços dos combustíveis aumentaram, e esses possuem um efeito multiplicador sobre a economia”, afirmou.

Assim também pensa Barros, onde destaca que a política de valorização do salário mínimo no Brasil enfrenta um problema de sustentabilidade. “A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, a despesa do governo aumenta em R$ 400 milhões, devido à indexação entre o salário mínimo de trabalho e o previdenciário”, comentou Gabriel.

O especialista destaca ainda que a vinculação entre o salário mínimo e benefícios previdenciários cria uma pressão fiscal significativa. “Idealmente, deveríamos acabar com essa indexação entre o salário mínimo de trabalho e o salário mínimo previdenciário”, afirma Barros.

Entenda o cálculo: De acordo com o Governo Federal, o cálculo para o reajuste considerou a reposição de 4,84% da inflação de 12 meses, apurada em novembro do ano passado, e mais 2,5% de ganho real. O reajuste está de acordo com a nova regra de arcabouço fiscal, aprovada pelo Congresso Nacional e válida entre 2025 e 2030, que determina que o salário mínimo terá ganho real de 0,6% a 2,5%. Pela regra anterior o reajuste deveria ser a reposição da inflação mais a variação do Produto Interno Bruto em 2023, que foi de 3,2%. Efeitos O reajuste do salário mínimo causa efeitos também no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O teto para os aposentados e pensionistas passou de R$ 7.786,01 para R$ 8.157,40, reajuste de 4,77%. O mesmo índice é aplicado ao seguro-desemprego, cujo teto passou de R$ 2.313,74 para R$ 2.424,11.

Redação

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