A taxa média de juros cobrada do consumidor se manteve em 6,33% em março, mesmo nível de fevereiro, e conservou o menor patamar da série histórica, iniciada em 1995, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgada nesta quarta-feira (11).
No ano, a taxa de juros média cobrado das famílias brasileiras atingiu 108,87%. Isso quer dizer que um empréstimo de R$ 1.000 retirado agora vai custar ao consumidor R$ 2.088,70 daqui a um ano.
Das seis linhas de crédito pesquisadas para a pessoa física, três apresentaram aumento de juros (cheque especial, empréstimo pessoal dos bancos e empréstimo pessoal das financeiras), duas se mantigeram estáveis (cartão de crédito rotativo e financiamento de veículos nos bancos) e uma teve queda (crediário do comércio).
Segundo o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a nova redução da taxa básica de juros (Selic) em março, para 9,75% ao ano, fez com que algumas taxas de juros fossem reduzidas. Por outro lado, a alta do calote do consumidor fez com que diversos bancos e financeiras elevassem algumas taxas de juros.
Os juros cobrados pelo comércio, no crediário, foram os únicos a baixar na passagem de fevereiro para março e tiveram uma redução de 1,62%. A taxa passou de 4,95% ao mês (78,56% ao ano) para 4,87% ao mês (76,94% ao ano) em março. Este é menor patamar para esta categoria desde 1995.
No caso do cartão de crédito, principal vilão do crédito no Brasil, os juros se mantiveram inalterados em 10,69% ao mês – ou 238,30% ao ano. O nível dos juros do cartão é o maior desde junho de 2000, quando atingiu 10,7% ao mês.
Os juros do financiamento de automóveis com dinheiro do banco também se mantiveram estáveis. Em março, a taxa média ficou em 1,97% ao mês – ou 26,38% ao ano. Este é o menor nível dos juros para comprar o carro a prazo desde 1995.
O cheque especial, ao lado do cartão de crédito o outro vilão dos juros, apresentou alta na taxa de 0,12% entre fevereiro e março. Agora, o consumidor paga 8,34% de juros ao mês pelo dinheiro do cheque especial (161,50% ao ano) – em fevereiro, a taxa era de 8,33% ao mês (161,21% ao ano). O juro atual representa o maior desde dezembro de 2011, quando chegou a 8,36% ao mês – 162,08% ao ano.
Outro tipo de crédito que teve alta na taxa de juros foi o empréstimo pessoal nos bancos, que passou de 3,81% ao mês (56,63% ao ano) em fevereiro para 3,84% ao mês em março (57,17% ao ano). A taxa de março é a maior desde janeiro deste ano, quando atingiu 3,99% ao mês – 59,92% ao ano.
Por fim, o empréstimo pessoal em financeiras também está mais pesado no bolso do consumidor. Quem pegar dinheiro emprestado nesta modalidade agora vai pagar juros de 8,26% (159,19% ao ano), uma leve alta em relação aos 8,24% ao mês de fevereiro (158,61% ao ano). A taxa cobrada em março é a maior desde janeiro de 2012, quando ficou em 8,29% ao mês – 160,05% ao ano.
Para o futuro, a expectativa é que os juros médios caiam, segundo o vice-presidente da Anefac, por conta, sobretudo, das prováveis reduções da taxa básica de juros sinalizadas pelo Banco Central. As medidas que o Banco Central e Ministério da Fazenda vêm promovendo para evitar uma desaceleração forte em nossa economia, com incentivos ao consumo, também devem contribuir para este cenário.
R7
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