Em várias universidades americanas, têm havido conflitos entre grupos defensores de Israel e dos palestinos. Contudo, as coisas não são tão simples. Fora da grande mídia, dezenas de vídeos circulam na internet mostrando jovens universitários defendendo o terrorismo do Hamas. Esse não é um problema intelectual, mas sim moral!
Como foi possível chegar ao ponto em que vários jovens estudantes das melhores e mais caras universidades do mundo passassem a fazer discursos favoráveis a um grupo terrorista, como o Hamas, que assassinou e sequestrou israelenses no ano passado?
A cultura Woke revela sua pior face. Ao prometer “despertar-se” para as injustiças sociais, o progressismo Woke tem demonstrado sua absoluta falência moral. Vários jovens têm impedido que alunos judeus adentrem as salas de aula. Quem fazia isso no século XX? Não seriam esses jovens os fascistas antissemitas do século XXI?
Historicamente, a cultura Woke tem se alimentado de um ódio revolucionário em oposição a determinados valores e instituições tradicionais. Na tentativa de resolver problemas sociais, o progressismo Woke perdeu o rumo.
“Justiça” se tornou um ideal vazio preenchido por uma militância raivosa e moralmente falida. Sem um prumo moral ajustado, sobraram a cultura do cancelamento e o fascismo que divide a sociedade por identidades fluídas e instáveis. O resultado é que o virtuosismo moral e sua correlata hipocrisia retroalimentam a polarização e a guerra cultural.
Há alguns meses, as reitoras das Universidades da Pensilvânia, Harvard e do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT), foram ouvidas no Congresso americano e não conseguiram classificar pedidos de “genocídio de judeus” como discurso de ódio. Judith Butler, ícone do progressismo americano, chegou a dizer que o ataque do Hamas foi uma “resistência armada”, não um “ataque terrorista”.
De fato, é possível e legítimo tecer críticas à ação do Estado de Israel na Palestina em meio à guerra contra o Hamas. Existem determinados fatos do conflito que merecem investigação independente e, inclusive, a possível entrada do exército israelense em Rafah – onde vive mais de 1 milhão de palestinos – é preocupante porque pode gerar grande derramamento de sangue.
Contudo, observar jovens universitários americanos reticentes em criticar o Hamas, ou até defendendo seus atos, é o ápice da falência moral do progressismo e sua cultura Woke. “Desperta, tu que dormes”!.
Anderson Paz