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MEC pode aplicar novas provas do Enem para alunos prejudicados

ENEM: Ministério da Educação estuda aplicação de nova prova aos que se viram no prejuízo

O Ministério da Educação (MEC) poderá aplicar outro Enem para candidatos prejudicados no sábado pelo erro de montagem no caderno da prova amarela. Essa é uma das possibilidades contempladas na promessa feita pelo MEC de analisar "caso a caso" as queixas de estudantes.

O governo afirmou também que abrirá na quarta-feira, no site do Enem (www.enem.inep.gov.br), um requerimento para que alunos prejudicados pela troca do cabeçalho dos cartões de resposta possam pedir a correção invertida. Eles terão até o dia 16 para enviarem seu pedido.

A aplicação do Enem no fim de semana foi marcada por dois erros: um nos cartões de resposta e outro em parte dos cadernos de perguntas. Os problemas geraram confusões e reclamações de muitos estudantes, que afirmam não ter recebido orientações sobre as falhas nos locais de prova.

A primeira confusão aconteceu porque, para evitar cola, o Enem tem quatro versões de prova: amarelo, azul, rosa e branco. As questões são as mesmas, o que varia é a ordem. Em milhares de casos, por um erro no encarte, folhas do caderno de prova amarelo estavam misturadas com folhas da prova branca. Com isso, estudantes se depararam com questões repetidas ou ausentes. Vestibulandos como Henrique Reis, de Belo Horizonte, por exemplo, identificaram problemas em 31 das 90 questões do exame.

O Estado identificou ontem na porta dos locais de exame pelo menos três vestibulandos (em Curitiba e Belo Horizonte) que disseram que, após avisarem os fiscais do problema com a prova, receberam um segundo caderno também com falhas.

O outro problema está relacionado com a folha para marcar as respostas. Embora o número das 90 questões no caderno de prova e no cartão coincidissem, havia discrepância no cabeçalho do gabarito. As 45 questões de ciências humanas estavam sob a tarja ciências da natureza e vice-versa, o que gerou dúvidas.

O Inep afirmou que avisou para os fiscais orientarem os alunos. Mas muitos candidatos, em vários Estados, afirmaram que não foram alertados sobre o erro ou que receberam orientações equivocadas. Houve ainda casos em que a classe só recebeu o aviso horas depois do início da prova. Muitos afirmaram que se confundiram ou não tiveram tempo de fazer a marcação certa.

Método. Pela técnica da Teoria de Resposta ao Item (TRI) usada pelo MEC no Enem é possível realizar várias provas com o mesmo nível de dificuldade – o que não acontece em vestibulares tradicionais, nos quais uma edição pode ser mais difícil do que a outra. No Enem do ano passado, estudantes que fariam a prova em locais afetados pelas enchentes do último verão realizaram outra prova, numa data diferente. O mesmo aconteceu com os candidatos em presídios e unidades de detenção.

O Estadão.edu apurou que, pelo balanço oficial, cerca de 20 mil alunos receberam cadernos com problemas, mas é possível que parte tenha conseguido trocá-lo. Dessa forma, a estimativa é de que o número de candidatos com direito à nova prova, caso ela seja aplicada, seja de aproximadamente 2 mil.

Isso porque, como é de praxe em vestibulares, os fiscais têm um estoque de segurança para repor exames com problemas. No caso do Enem, essa margem era de 10% do total de provas impressas. Havia ainda a possibilidade de recorrer aos cadernos dos alunos que deixaram de fazer o Enem no sábado (cerca de 27% do total de 4,6 milhões).

 

 

 

Estadão

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