MEC reprova sete faculdades da Paraíba

Sete instituições privadas de ensino superior da Paraíba (IES) foram “reprovadas” na avaliação do Índice Geral de Cursos (IGC), divulgada ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Todas receberam nota 2, considerada insatisfatória pelo MEC. Oito faculdades particulares no Estado ficaram “sem conceito” do MEC. Quatorze IES receberam 3, nota mediana. Os maiores índices da Paraíba foram conquistados pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), com média 4, em uma escala que vai de 1 a 5. Nenhuma universidade paraibana atingiu o índice máximo 5.

Por telefone, a diretora de Avaliação da Educação Superior do Inep, Claudia Griboski, informou ao Correio, na noite de ontem, que as instituições da Paraíba que tiveram nota 2 no IGC, nos dois últimos resultados sofrerão medidas cautelares de supervisão, que poderão ser desde a redução de vagas até o fechamento da instituição, caso não cumpram as exigências do MEC. “Essas medidas cautelares são justamente para que a expansão do ensino aconteça com qualidade”, afirmou. explicou que o IGC da instituição é medido pela média do CPC (Conceito Preliminar de Curso).

Segundo Griboski, as IES que ficaram ‘sem conceito’ é porque na avaliação, os cursos faltaram um dos insumos para calcular o CPC, como a nota do Enade ou outro item. Ela informou que o IGC é anual e essas IES deverão ser avaliadas no próximo ano.

No Brasil, 683 instituições de ensino superior foram “reprovadas” pelo MEC. O Ministério da Educação poderá suspender 30 delas por nota baixa. Ao todo, foram avaliadas 2.176 universidades, faculdades e centros universitários de todo o País. De acordo com o MEC, as 683 instituições com notas baixas passar por supervisão do Governo Federal e podem ser alvo de medidas que vão do arquivamento de pedidos de abertura de novos cursos até o descredenciamento. Por outro lado, 158 instituições que foram bem avaliadas (IGC 4 ou 5) e têm algum pedido de abertura de novos cursos em tramitação no MEC poderão ter autorização automática, sem necessidade de visitas.

O IGC afere a qualidade do ensino de universidades, centros universitários e faculdades públicas e privadas de todo o Brasil. Esse indicador considera o desempenho do estudante no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), quanto o curso agrega de conhecimento ao aluno, infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e qualidade do corpo docente. O resultado final do IGC está em valores contínuos (que vão de 0 a 500) e em faixas (de 1 a 5). O 1º IGC foi divulgado em 2008.

O MEC também divulgou uma lista com 422,8 mil cursos avaliados pelo Enade 2010. A cada um foi atribuído um CPC (Conceito Preliminar de Curso). Dos 4,1 mil cursos avaliados pelo Enade, 594 não atingiram resultado satisfatório, com nota 1 ou 2 no CPC.

Corte de 50 mil vagas

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou, ontem, o corte de 50 mil vagas no ensino superior em todo o País de cursos que tiveram resultados insatisfatórios no sistema nacional de avaliação. O corte de vagas será nas áreas da saúde, de administração e ciências contábeis. O Ministério da Educação adiantou que Medicina terá 446 vagas fechadas no País e que o curso mais atingido deve ser enfermagem. O detalhamento das instituições que terão vagas fechadas só será divulgado na próxima semana, segundo a Assessoria de Imprensa do MEC.

Correio da Paraíba